A sanção a Graham Mackrell, de 69 anos, responsável pela segurança do estádio na meia-final da Taça de Inglaterra, em 15 de abril de 1989, entre Nottingham Forest e Liverpool, deixou em choque os familiares das vítimas.
Hoje, o tribunal de Preston condenou Mackrell a uma multa de 6.500 libras (7.500 euros), por não ter garantido a existência de torniquetes suficientes, que levou à concentração de uma multidão para entrar no estádio.
Além da multa, o antigo dirigente terá ainda de pagar os custos do processo judicial, na ordem de 5.800 euros.
O drama na meia-final precipitou-se com a entrada de um grande número de adeptos do Liverpool para um setor que já estava esgotado – com uma procura muito superior à oferta -, com muitos a morrerem esmagados, face à sobrelotação.
Segundo os dados conhecidos, existiam apenas sete torniquetes para 10.100 adeptos do Liverpool, situados numa zona do estádio com menor capacidade, em contraponto com os lugares destinados aos adeptos do Nottingham, em menor número.
“Os nossos 96 [vítimas] mereciam melhor do que isto”, reagiu Louise Brooks, cujo irmão Andrew no estádio, acrescentando que a multa de hoje é “uma vergonha” ao fim de 30 anos da tragédia.
Uma opinião partilhada por Christine Burke, que perdeu o pai na tragédia, referindo que Graham Mackrell devia ter sido despedido de imediato, mas que continuou a carreira, com direito a promoções.
Esta decisão surge cerca de um mês depois de o chefe de polícia David Duckenfield ter visto o tribunal não chegar no dia 3 de abril a um veredicto sobre a sua culpa.
A decisão levou a acusação a anunciar a intenção de recorrer e cerca de 60 familiares das vítimas a expressarem a sua indignação, devendo a justiça pronunciar-se no próximo mês em relação se a situação terá novo julgamento.
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