"Aos dias de hoje, esta administração confirmou à Câmara Municipal da Maia (CMM) que, efetivamente, o clube não teria nesta fase possibilidades financeiras de dar continuidade ao processo tendente à aquisição dos terrenos em causa", reconheceu, em comunicado.
Desde a sua tomada de posse na FC Porto SAD, em 28 de maio, a estrutura liderada por André Villas-Boas avaliou "vários elementos" do projeto proposto pela gestão de Pinto da Costa, englobando o estado do processo de hasta pública para a aquisição dos terrenos.
Foram também realizadas reuniões com o autarca da Maia, António Silva Tiago, e com o gabinete de arquitetura responsável pelo projeto, de Manuel Salgado, sem que a recém-designada direção 'azul e branca' tivesse dissipado dúvidas perante uma decisão "pouco ponderada e precipitada" tomada pela sua antecessora antes do sufrágio de 27 de abril.
"As preocupações expressas pela nova administração quanto à maneira como se decidiu avançar para o projeto da Maia, nomeadamente sem a aparente consideração adequada sobre a capacidade financeira do clube, para, nesta altura, completar os diversos passos subjacentes, incluindo a aquisição dos terrenos em causa e a tramitação aparentemente acelerada do procedimento, revelaram-se inteiramente fundadas", sinalizam os 'dragões'.
Além de ter confirmado a ausência de "qualquer plano concreto de viabilidade financeira" para a construção da obra, a SAD verificou que a administração de Pinto da Costa "havia falhado o pagamento da segunda prestação" contemplada nas negociações com a CMM.
Em 16 de abril, a apenas 11 dias das eleições do clube, o FC Porto concretizou em hasta pública a aquisição por 3,36 milhões de euros (ME) de 14 dos quase 23 hectares de um terreno inserido no projeto do Parque Metropolitano da Maia, sendo que 9,3 pertenciam à empresa ABB, junto da qual foi adjudicado um movimento de terraplanagem por 6,89 ME.
"A FC Porto SAD vai continuar agora a trabalhar afincadamente no sentido de analisar e explorar as alternativas disponíveis que permitam ao clube, dentro dos constrangimentos que tem e sem hipotecar o seu futuro, estar dotado das infraestruturas de que necessita para entrar na modernidade e continuar a ser uma referência a nível mundial", terminou.
O reforço infraestrutural do FC Porto foi uma das principais medidas debatidas durante a campanha eleitoral por André Villas-Boas e Pinto da Costa, que perdeu o sufrágio mais disputado de sempre do clube e deixou a presidência ao fim de 15 mandatos e 42 anos.
Ao contrário da empreitada proposta em Nogueira e Silva Escura e em São Pedro Fins, freguesias da Maia, um concelho limítrofe do Porto, Villas-Boas deseja expandir o atual Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, em Vila Nova de Gaia.
“Sem prejuízo de comunicação formal do FC Porto, que aguardamos ainda, só podemos lamentar que a situação financeira do clube não permita concretizar o projeto a que se propôs, que, estamos certos, engrandeceria o FC Porto e a Maia”, observou a CMM, em nota enviada às redações, recusando comentar a decisão da nova gestão dos ‘dragões’.
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