“A FPF contactou o presidente da Associação de Futebol do Porto, organizadora da prova em que se insere o jogo em referência, e acordou com a mesma na remessa imediata de todas as informações relevantes no mais curto espaço de tempo”, refere a nota do organismo.
Em causa estão os incidentes verificados no encontro entre o Sport Rio Tinto e Canelas 2010, da 3.ª jornada da fase de subida da Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto, que durou apenas dois minutos, depois de um jogador da equipa gaiense ter agredido um atleta da formação da casa e o árbitro.
A FPF “agirá para que este e todos os atos que atentem contra o desporto e a sua essência — como, infelizmente, já aconteceu esta época – sejam punidos de forma exemplar e dissuasora”.
Segundo fonte do Rio Tinto, “num dos primeiros lances da partida, o jogador Marco, do Canelas, agrediu um jogador da equipa da casa e imediatamente o árbitro mostrou o cartão vermelho”, e a partir daí gerou-se a confusão.
“Depois de ter recebido a ordem de expulsão, o jogador rodeou o árbitro e agrediu-o com violência, com uma joelhada, atirando-o ao chão. Foi socorrido de imediato e ele próprio chamou o INEM para ser assistido no local, pois tudo leva a crer que partiu o nariz”, esclareceu ainda em declarações à agência Lusa.
A polícia entrou em campo para serenar os ânimos, acompanhando Marco na saída do retângulo de jogo.
A FPF “apoia e incentiva a Associação de Futebol do Porto a tomar medidas para que nunca mais se vejam atos como o desta tarde” e “agradece a pronta intervenção dos inúmeros agentes de autoridade presentes no local”.
“O Conselho de Arbitragem tem acompanhado o árbitro José Rodrigues, vítima da agressão a que todos assistimos”, refere ainda o comunicado.
Contactado pela Lusa, Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), classificou o ato como “vergonhoso” e alertou que situações como esta não devem voltar a acontecer.
“O que aconteceu é vergonhoso para o futebol e não pode voltar a acontecer. As instâncias têm que pôr mão nisto de alguma forma. Estas situações estão a passar o âmbito desportivo e têm que terminar. Porque corremos o risco que um dia apareça um árbitro morto num qualquer relvado”, começou por dizer o dirigente.
Luciano Gonçalves explicou ainda que situações como esta têm sido recorrentes e que a necessidade de agir com “medidas severas” tornou-se imperativo.
“Sinto que estão a querer desvalorizar um assunto muito grave e, atendendo à gravidade das questões que têm vindo a acontecer, é necessário procurar em todas as instâncias soluções para colocar um ponto final nisto de uma vez por todas”, esclareceu ainda.
Após o incidente, ficou definido que não estavam reunidas as condições de segurança para que o jogo continuasse.
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