O piloto luso, que partira do 19.º lugar da grelha para uma corrida antecipada de domingo para sábado, cortou a meta a 19,443 segundos do vencedor, Johann Zarco (Ducati), que, aos 33 anos, somou a primeira vitória na categoria rainha, depois de ter conquistado dois títulos de Moto2.

O italiano Francesco Bagnaia (Ducati), que chegou a estar na quinta posição, aproveitou a boleia de Zarco na última volta para saltar para o segundo lugar, a 0,201 segundos do vencedor, com o também italiano Fábio Di Giannantonio (Ducati) a estrear-se no pódio, ao ser terceiro, a 0,477 de Zarco.

“Tentei poupar um pouco de pneu para o fim, onde sei que sou forte. O pneu movia-se mas vi que ainda havia um pouco, ataquei no grupo”, explicou o piloto francês, que chegou à vitória com pezinhos de lã, depois de largar da quinta posição.

O piloto gaulês festejou com um salto mortal junto dos adeptos, algo que não acontecia desde o GP de Valência de 2016, data da última vitória de Zarco no Mundial de Velocidade, então na categoria de Moto2, que venceu por duas vezes.

Este foi um final dramático para uma corrida dominada de fio a pavio pelo espanhol Jorge Martin (Ducati). Mas uma escolha de pneus errada (optou por um duro na frente e um macio na traseira) acabou por explodir-lhe nas mãos, já que o pavio ficou uma volta demasiado curto.

Martin viu-se pressionado pelo sul-africano Brad Binder (KTM) logo no arranque, mas aguentou a liderança e partiu para o que parecia ser uma vitória dominadora.

Tal como na ronda anterior, na Indonésia, o piloto da Pramac cavou uma vantagem que chegou aos 3,5 segundos, graças à maior tração do pneu macio.

No entanto, a oito voltas do final, o ritmo começou a abrandar, à medida que as borrachas da sua Ducati se desfaziam.

O líder do campeonato, Francesco Bagnaia, debatia-se com dificuldades para aguentar o ritmo. Partindo da terceira posição, chegou a baixar ao quarto lugar. Nessa altura, Martin estava, virtualmente, a quatro pontos do comando do campeonato.

Mas as últimas voltas foram penosas para o piloto espanhol, que viu Binder aproximar-se e trazer consigo Fábio Di Giannantonio, que não tem ainda lugar no pelotão do próximo ano, pois será substituído por Marc Márquez (Honda) na equipa Gresini. Logo atrás vinham Bagnaia e Zarco, que se colaram nas últimas voltas.

Habitualmente forte nas fases finais das corridas, o piloto francês atacou Bagnaia e Binder, passando também Di Giannantonio na penúltima volta.

Quando se pensava que podia servir de guarda de honra ao seu companheiro de equipa, que luta pelo título mundial, Zarco não teve contemplações e aproveitou as dificuldades visíveis sentidas por Martin para o ultrapassar, na quarta curva da última volta.

Os dois quase se tocaram e Bagnaia aproveitou a atrapalhação do madrileno para saltar para o segundo lugar e desferir um golpe que pode ser decisivo no campeonato.

Jorge Martin viria a perder mais um segundo e a terminar na quinta posição, ficando a 27 pontos de Bagnaia no campeonato.

Miguel Oliveira, que arrancou de 19.º, conseguiu recuperar seis posições, terminando em 13.º. Ainda assim, perdeu uma posição no campeonato, baixando de 13.º para 14.º, ultrapassado por Di Giannantonio.

A próxima prova, a 17.ª das 20 previstas, é o GP da Tailândia, que Miguel Oliveira venceu em 2022, e que se disputa já no próximo fim de semana.

Antes disso, os pilotos ainda têm a corrida sprint do GP australiano, prevista para domingo, se as condições meteorológicas o permitirem.

A corrida foi antecipada para as 3h00 da próxima madrugada, hora de Lisboa.