O contrato para a celebração do Grande Prémio de Espanha em Madrid prevê a realização da prova na capital espanhola até 2035, num “circuito híbrido”, que usará o atual recinto e instalações da IFEMA Madrid, um consórcio responsável pela organização de feiras, congressos e outros eventos.

Caberá à IFEMA Madrid organizar o Grande Prémio de Espanha a partir de 2026, com base num “anteprojeto técnico do conceito do circuito e suas instalações” que ainda terá de ser homologado pela Federação Interacional do Automóvel (FIA), segundo disse hoje o consórcio.

O circuito proposto tem 5,474 quilómetros, incluindo 1,5 quilómetros de “via pública”, 20 curvas e uma volta de classificação de cerca de 1,32 minutos, segundo divulgou hoje a IFEMA Madrid e a empresa Dromo, a quem foi encomendado o desenho do traçado.

A IFEMA Madrid gere na capital espanhola um recinto de exposições que tem atualmente mais de 200 mil metros quadrados de pavilhões cobertos e outros 10 mil metros quadrados de espaços de reuniões polivalentes, assim como 10 mil lugares de estacionamento.

O recinto é acessível, desde o centro de Madrid, por metro, comboios suburbanos e autocarros urbanos e está a poucos quilómetros do aeroporto, tornando o futuro circuito do Grande Prémio um caso único de acessibilidade em transporte público dentro das provas do campeonato mundial de F1, como vincaram hoje os responsáveis da IFEMA MAdrid e da Fórmula 1.

Está em causa “uma nova premissa de circuito híbrido”, que permitirá uma assistência de 110 mil espetadores no primeiro ano e 140 mil a partir do quinto, sem que haja perturbação na organização diária e habitual da cidade, disse o presidente da IFEMA Madrid, Jose Vicente de los Mozos, na apresentação da prova hoje na capital espanhola.

O Grande Prémio de Madrid e o respetivo circuito vão também combinar “espetáculo e competição”, com troços “especialmente desenhados” a pensar no espetador no local e na transmissão por televisão, acrescentou Jose Vicente de Los Mozos.

O presidente da Formula 1, Stefano Domenicali, disse que Madrid avançou com “um projeto muito inovador”, com “diversidade” e “complementaridade entre os valores que são hoje importantes para a Fórmula 1”: competição desportiva, tecnologia e sustentabilidade.

“Isto é a Formula 1 hoje”, afirmou.

Segundo a IFEMA Madrid, o Grande Prémio que vai organizar a cidade será o mais sustentável do campeonato mundial, neutro em emissões poluentes, e conta apenas com financiamento privado.

A região de Madrid espera 450 milhões de euros de receitas anuais associadas à prova, assim como a criação de mais de 8.200 postos de trabalho diretos e dezenas de milhar de novos empregos indiretos, com os dez anos de contrato a garantirem o retorno do investimento, segundo a IFEMA e as autoridades da região.

A realização do Grande Prémio de Espanha em Madrid em 2026 será um regresso da Fórmula 1 à cidade, que já tinha sido cenário da prova entre 1970 e 1981.

O calendário do Campeonato do Mundo de F1 tem atualmente 24 corridas.