
A primeira imagem na sede da tradicional escuderia não poderia ser mais cliche: fato preto, camisa branca, gravata e sobretudo pelos ombros. O campeão britânico posou ao lado de uma F40 vintage, à frente da antiga casa de Enzo Ferrari.
No seu primeiro dia em Maranello, sede histórica da marca italiana, Hamilton e a Ferrari causaram o primeiro impacto com a fotografia, publicada nas redes sociais em janeiro.
Em Itália, o heptacampeão mundial parece ter recuperado o entusiasmo, a menos de uma semana do primeiro Grande Prémio da temporada, no próximo domingo, na Austrália.
"Eu sinto-me cheio de vida e energia porque tudo é novo", comemorava o britânico em meados de fevereiro, durante a sua primeira aparição pública oficial vestido de vermelho, numa inédita cerimónia de lançamento da temporada.
"Viver e respirar Ferrari"
Desde que foi para a Ferrari, o seu "sonho de infância", o campeão de 40 anos não pára de sorrir em cada uma das suas aparições, como se fosse um novato na sua estreia na elite.
Durante a reaparição, Hamilton foi filmado enquanto cumprimentava o pessoal da Ferrari com um sorriso no rosto.
"Uma coisa é ver tudo isso de fora, mas quando se vive de dentro é muito forte", comentou. "É muito incrível ver até que ponto isso apaixona todo a gente nos diferentes departamentos, as pessoas vivem e respiram a Ferrari".
Sem esquecer dos fãs, é claro. "Tem também os 'tifosi'", lembrou Hamilton. "É uma experiência que eu não poderia ter imaginado".
Antes do britânico, a Ferrari já teve campeões mundiais como Alain Prost, Fernando Alonso e Michael Schumacher, que se tornou uma lenda na equipa italiana.
Mas, para os especialistas, nunca houve tanta expectativa como agora com a chegada de uma nova contratação.
Milhares de ferraristas reuniram-se em janeiro à volta da pista de Foriano, perto da sede da escuderia, para ver as primeiras voltas de Hamilton a pilotar um Ferrari.
"Levar a Ferrari ao topo"
O próprio piloto, que assinou um contrato de "vários anos", encarregou-se de alimentar a esperança.
Para a equipa de maior sucesso da F1, a seca parece não ter fim: o último título mundial de pilotos foi conquistado por Kimi Raikkonen em 2007, e o último título de construtores em 2008.
A chegada de Hamilton deu-se graças à sua relação de 20 anos com o francês Fréderic Vasseur, que assumiu a chefia da equipa em 2023.
Vasseur dirigiu Hamilton na Fórmula 3 Euroseries em 2005 e na GP2 Series em 2006, tendo conquistado os títulos.
"Realmente tinha a impressão de que era o perfil que nos faltava", explicou o francês à AFP, em 2024.
O britânico terá como companheiro de equipa o monegasco Charles Leclerc, 12 anos mais novo e que ainda procura o seu primeiro título na F1.
Sob a tutela da 'Scuderia' desde 2016, ano em que entrou na Academia de Pilotos da Ferrari, antes de se tornar piloto de F1 em 2019, Leclerc tornou-se um protegido dos 'tifosi'.
Por enquanto, a equipa não quer dar prioridade a nenhum dos seus dois pilotos, que se respeitam mutuamente.
Lewis elogia o "profissionalismo e maturidade" do seu novo companheiro, enquanto Leclerc, 'Il Predestinato', diz ter "vontade de correr ao seu lado" para "levar a Ferrari ao topo".
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