“É um desafio bonito e apaixonante. As circunstâncias são as que são, e aceito esta responsabilidade, com valentia e pensando que temos um grupo que está a trabalhar há anos pelo Mundial. Fui o diretor desportivo nos últimos sete/oito meses e entendo que a vontade de todos é muito grande”, disse Hierro.
O sucessor de Julen Lopetegui, pelo qual disse ter a “máxima consideração, por todo o trabalho que fez em dois anos”, afirmou que o jogo com a formação lusa continua a ser trabalhado como antes, até porque “uma grande parte do ‘staff’ continua”.
“Já estivemos a ver vídeos. Sabemos que o jogo está muito perto e, nesse sentido, sabemos que temos de ser inteligentes e coerentes. Sabemos que não temos muita capacidade para mudar. Não podemos mudar absolutamente nada em dois dias”, frisou o ex-diretor desportivo.
Hierro frisou que vai orientar “um grupo absolutamente fantástico”, que fez “uma qualificação fantástica (nove vitórias e um empate), a um nível extraordinário”.
“O que pedimos é que sejam eles mesmos, que tenham a sua personalidade. Temos um desafio bonito no dia 15″, frisou, acrescentando: “Posso olhar nos olhos a toda a gente. Atuei como se tem de atuar nestes momentos. Estou de consciência tranquila”.
De acordo com o ex-jogador do Real Madrid, o que sucedeu não pode mudar nada: “Isto não é justificação para não lutarmos pelo objetivo que trouxemos, lutar pelo mundial”.
“Sabemos que temos uma grande oportunidade. O que aconteceu nestes dias não nos pode servir de desculpa, a mim, pessoalmente, e aos jogadores. Temos que lutar pelo Mundial”, reafirmou Fernando Hierro.
O novo selecionador não está, para já, a pensar no futuro, mas apenas no campeonato do mundo: “O meu cargo é Portugal e depois o seguinte e o seguinte e o seguinte. Não pensamos em outra coisa que não seja fazer um grande mundial”.
“Viemos para competir. Temos de nos concentrar no desportivo. O Mundial só volta daqui a quatro anos”, lembrou Hierro, garantindo que a seleção não será prejudicada por estes acontecimentos: “Se não tivesse convencido disso, não estava aqui. Acho que, frente a Portugal, tudo vai acontecer como se nada tivesse acontecido. Temos a obrigação de mudar o ‘chip'”.
Por seu lado, o presidente da federação espanhola (RFEF), Luis Rubiales, o responsável pelo despedimento de Lopetegui e a aposta em Hierro, fez questão de “agradecer” ao novo selecionador por ter “aceitado, num momento difícil, este enorme desafio”.
“Pusemos a seleção nas suas mãos. Sempre dissemos que queríamos mudar o menos possível, escolher alguém que conhecesse bem a equipa. Os jogadores receberam-no de braços abertos e transmitiram-nos o compromisso de estar com ele e ajudá-lo em tudo”, afirmou o líder da RFEF.
Rubiales foi claro: “O que aconteceu não é bom, mas atuámos com responsabilidade. Falámos com os futebolistas e todo o ‘staff’ e todos cerraram fileiras em redor de Fernando, que já falou com todos”.
No que respeita a Julen Lopetegui, o assessor de imprensa da seleção espanhola afirmou, no início da conferência de imprensa, que o ex-técnico do FC Porto falará na chegada a Madrid, onde estará nos próximos três anos, ao comando do Real Madrid.
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