Fonte da administração nortenha assegurou à agência Lusa que também suspendeu a execução dos testes de despistagem à covid-19 a jogadores, treinadores e outros funcionários do clube, obrigatórios nas 48 horas anteriores à partida com as ‘águias’, consoante o protocolo definido para o reinício do campeonato em plena pandemia.
As duas situações comprometem a realização do jogo de encerramento da penúltima ronda da I Liga, na terça-feira, às 21:15, no Estádio do CD Aves, numa altura em que a formação orientada por Nuno Manta Santos ainda não sabe se voltará a trabalhar na segunda-feira, quando vence o terceiro mês seguido de salários em atraso.
A direção do Desportivo das Aves, presidida por António Freitas, vai deslocar-se ao recinto dos nortenhos ao final da tarde, com o intuito de demover os atletas e demais funcionários a entregarem pedidos de rescisão unilateral nas próximas horas, sob pena de inviabilizarem os duelos previstos com Benfica e Portimonense até ao final da época.
Os avenses ameaçaram na sexta-feira faltarem ao jogo no estádio do Portimonense, da 34.ª e última jornada da I Liga, marcado para 26 de julho, de forma a “salvaguardar a transparência na luta pela permanência”, uma vez que receiam “não reunir jogadores suficientes e que garantam uma equipa competitiva” contra os algarvios.
O lanterna-vermelha deveria enfrentar o Portimonense, 16.º colocado e primeiro clube acima da zona de despromoção, com os mesmos 30 pontos de Vitória de Setúbal, 17.º e penúltimo, e Tondela, 15.º, envolvidos numa fuga à descida, que ainda engloba o Belenenses SAD (14.º, com 32 pontos) e o Paços de Ferreira (13.º, com 35).
O recuo da SAD originou reuniões no mesmo dia junto do clube, que se mostrou disponível para suportar as despesas associadas ao embate com os ‘alvinegros’, e da Liga de clubes, que não cedeu à pretensão do líder chinês Wei Zhao em antecipar uma compensação de 153 mil euros prevista para os emblemas despromovidos à II Liga.
O guarda-redes Quentin Beunardeau e o avançado Welinton Júnior desvincularam-se do emblema do concelho de Santo Tirso em abril, em plena pausa competitiva motivada pelo novo coronavírus, alegando sucessivos incumprimentos salariais, verificados desde dezembro de 2019, enquanto o defesa Jonathan Buatu, os médios Aaron Tshibola, Estrela e Pedro Delgado e o avançado Kevin Yamga saíram nas últimas duas semanas.
A SAD do Desportivo das Aves foi absolvida em 30 de junho da acusação de incumprimento salarial com jogadores e treinadores entre dezembro e março, mas aguarda pela resolução de outro processo idêntico, assente na ausência de documentos comprovativos quanto à regularização dos vencimentos dos meses de março e abril.
O assunto foi remetido da Liga Portuguesa de Futebol Profissional para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol em 09 de junho, podendo custar uma penalização de dois a cinco pontos, face aos 17 somados em 32 jornadas pelos nortenhos, que confirmaram a despromoção à II Liga em 29 de junho.
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