Internacional lusa em 83 ocasiões, a jogadora do Benfica vinca que o grupo às ordens do selecionador Luís Conceição tem de fazer valer o estatuto de cabeça de série do grupo 3 na quadra do pavilhão multiusos de Fafe, para “ultrapassar com brio” uma fase de apuramento frente a “adversários complicados” – Bielorrússia, Eslovénia e Itália.

“Temos sido cabeças de série, mas também temos a plena consciência de que os favoritismos valem pouco em campo. É um grupo junto há algum tempo. Gostamos de assumir o jogo e acreditamos que temos plena capacidade de fazer nove pontos e seguir em frente. Não podemos só anunciar-nos como favoritas. Temos de o demonstrar”, disse, à margem de um dos treinos de preparação para o apuramento.

Convencida de que há “coisas boas a retirar” dos embates particulares com a campeã europeia Espanha, na sexta-feira e no sábado, em Rio Maior (derrotas por 2-0), Inês Fernandes lembra que Portugal, finalista vencido nas edições de 2019 e de 2022, só pode “pensar num título europeu depois de ultrapassar” a fase de qualificação em perspetiva.

“Se cometermos o erro de nos focarmos numa prova ainda não garantida, daremos o primeiro passo para isto não correr bem. Temos muito ainda para trabalhar nesta semana”, salienta.

A atleta de 33 anos crê que a Bielorrússia, adversária de quinta-feira, em duelo marcado para as 20:00, e a Eslovénia, oponente de sexta-feira, a partir das 21:00, são equipas “mais rudimentares” a nível “técnico e tático”, com sistemas de jogo 3×1, apesar de “batalharem muito”, e crê que a Itália é a seleção que mais dificuldades pode criar a Portugal.

“Também irá apostar mais num modelo de 3×1, mas com mais qualidade nas intervenientes. O ponto mais forte estará nas pivôs: duas atletas brasileiras naturalizadas italianas. Uma já jogou comigo no Benfica, a Rafaela Pato. A Renata [Adamatti] já foi internacional universitária pelo Brasil e tem muita qualidade. É uma equipa que gosta de ter bola, mais ao nosso estilo”, descreve.

Colega de Inês Fernandes no Benfica, Leninha soma seis internacionalizações por Portugal, aos 20 anos, e diz-se “focada” no apuramento para o campeonato da Europa, que admite ser “especial” por regressar à cidade natal, onde ‘cresceu’ na modalidade, quer na AD Fafe, quer no Nun’Álvares.

“Jogar em casa é sempre bom. Já não jogo na ‘minha casa’ há algum tempo. Agora, vou jogar perto dos meus familiares e dos meus amigos. É sempre especial, porque tenho as pessoas que mais gosto na bancada”, assume.

À espera de um “pavilhão cheio” para os três jogos, numa “cidade que vive muito o futsal”, Leninha frisou ainda que está a “trabalhar” para se afirmar na equipa das ‘quinas’, num “ambiente de muita exigência”, em que a “responsabilidade” de jogar ao lado “das melhores do país” é “máxima”.