No dia em que a FIFA revelou o maior prejuízo da sua história, de 347 milhões de euros, foi revelada a redução de salário na ordem dos 58 por cento.
A atual secretária-geral, Fatma Samoura, auferiu 788 mil euros, contra os dois milhões do seu antecessor, Jérôme Valcke, que, tal como Blatter, foi afastado por corrupção.
“Em 2016, nem o presidente nem o secretário-geral da FIFA receberam (subsídios extraordinários)”, refere o relatório divulgado pela FIFA, no qual se admite que o antigo presidente e secretário-geral receberam “salários e bónus excessivos”.
Em agosto, a FIFA já tinha anunciado que o salário do novo presidente seria fixado em 1,38 milhões de euros brutos, acompanhados de algumas regalias como viatura, alojamento e reembolso de despesas até 1.800 euros por mês.
A FIFA, que espera um resultado ainda mais negativo no final deste ano, atribuiu o elevado prejuízo registado em 2016 a uma nova forma de efetuar a contabilidade, mas reconheceu que as investigações da justiça suíça e norte-americana contribuíram para terminar o ano no ‘vermelho’.
“A estagnação da economia mundial e a redução do investimento, aliadas às investigações a antigos dirigentes colocaram sob pressão as contas”, indica o relatório do organismo.
O organismo espera voltar aos resultados positivos em 2018, antecipando lucros de mil milhões de euros, a maioria dos quais provenientes da venda dos direitos de transmissão televisiva do próximo Campeonato do Mundo, cuja fase final se vai realizar na Rússia.
Blatter, de 81 anos, foi presidente da FIFA durante 17 anos e teve de renunciar às suas funções a 02 de junho de 2015, depois de ter sido reeleito para um quinto mandato: revelações de corrupção, iniciadas com investigações da justiça norte-americana, resultaram numa vaga de prisões, acabaram com o seu reinado.
Responsabilizado por um pagamento em 2011 de 1,8 milhões de euros a Michel Platini, ex-presidente da UEFA, por suposto trabalho de assessoria realizado em 2002, e que também ditaria a saída do gaulês da instituição que dirigia, levou à suspensão de Blatter por seis anos ligado a qualquer atividade do futebol, por “abuso de posição”, “conflito de interesses” e “má gestão”.
Já o francês Jérôme Valcke, 56 anos, ex-secretário-geral da FIFA, foi suspenso por 10 anos de qualquer atividade relacionada com o futebol depois de ter sido implicado em negócio fraudulento de revenda de bilhetes do Mundo2014 de futebol do Brasil.
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