Disputar um Mundial é ter um país às costas. A responsabilidade é acrescida e vai aumentando à medida que as várias eliminatórias vão sendo ultrapassadas. Uns tremem com esse peso, outros vivem para jogar assim. Ivan Rakitic, médio croata do Barcelona, faz parte do último grupo.
O jogador foi preponderante no jogo diante de Inglaterra ajudando Modric a carregar o meio-campo croata e acabando os 120 minutos de jogo com números impressionantes: uma média de passes acertados de 84% (em 84 concretizados acertou 71), sendo o segundo jogador da seleção da Croácia com mais passes efetuados, apenas atrás de Brozovic.
Os números compõe o retrato habitual do médio que atua na La Liga: certo no passe, inteligente nas movimentações e com uma leitura do jogo muito acima da média. Mas a tudo isto, sobretudo neste jogo, há que somar um fator de superação. Uma daquelas histórias que fazem os grandes jogadores. Isto porque 24 horas antes da meia-final diante dos ingleses Rakitic esteve em risco de não pisar o relvado. Estava de cama e tinha 39 graus de febre.
“Na véspera do jogo [com Inglaterra] tinha 39 graus de febre, um febrão. Só depois de conversar com o médico é que contei ao treinador. Eu estava de cama e comecei a pensar que não ia poder jogar um jogo tão importante como uma meia-final… Perdi quatro quilos no jogo por causa do esforço, corri 14 quilómetros. Não sabes onde vais buscar as forças, mas consegues. É algo que nos vem de dentro”, contou o médio em entrevista ao jornal espanhol Mundo Deportivo.
Foi um momento de superação que aos 120 minutos quase parecia ficção. “No final do jogo liguei à minha à Raquel, a minha esposa, e não parava de repetir: “Estamos na final do Mundial, a Croácia é finalista, no domingo vou jogar contra França!”.
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