“Estou cá [para lutar] pela geral. Não me tenho sentido com superpernas, mas vou tentar tudo, vou dar o máximo. Não tenho expectativas ou um grande objetivo, como fazer pódio, mas vou dar tudo o que tenho. É a mentalidade que trago”, garantiu, em conferência de imprensa.
O português admitiu que a preparação “não tem sido ideal”, desde a última Volta a Itália, que abandonou à 18.ª etapa quando seguia nos primeiros lugares da geral, devido a um teste positivo à covid-19.
Ainda assim, o regresso à competição tem dado frutos: foi terceiro no contrarrelógio dos Nacionais de estrada, em junho, e venceu a prova de fundo, e a um abandono da Clássica San Sebastián, em julho, seguiu-se uma boa prestação na Volta a Burgos, já este mês.
A vitória na última etapa, com uma ascensão muito ‘gabada’ pela imprensa internacional até Lagunas de Neila, valeu-lhe a terceira vitória na temporada e o segundo lugar na geral final.
Não estar sempre com a melhor forma “faz parte do ciclismo”, atira, e na estreia na Vuelta quer testar as possibilidades, numa equipa que conta com o norte-americano Brandon McNulty e os espanhóis Marc Soler e Juan Ayuso.
Questionado sobre o apoio que dariam a Almeida se este estivesse melhor, Ayuso garantiu que na UAE Emirates se trabalha “como uma equipa”. “Vamos apoiá-lo, estou a estrear-me numa grande Volta e tenho de aprender”, atirou o jovem de 19 anos.
Reiterando que não é “favorito”, João Almeida reforça, várias vezes, que ainda assim vai dar “o melhor” que tiver, e, quanto à covid-19, esta “está no passado”, não estando relacionada com o facto de não se sentir tão bem agora como em outros momentos.
“Não tenho sintomas, mas estive parado uns bons tempos, por isso a forma não recupera assim tão rápido. Não acho que seja a covid-19, estou recuperado fisicamente e mentalmente”, explicou.
Espera ver “portugueses na estrada” do outro lado da fronteira ibérica, algo que “dá mais motivação para enfrentar desafios”, e quanto a adversários analisou um em particular, o antigo companheiro de equipa Remco Evenepoel (QuickStep-Alpha Vinyl).
“É um dos ciclistas mais fortes do pelotão, temos sempre de contar com ele. Esta é uma ‘grande Volta’, um tipo de corrida diferente. Não é fácil ser um voltista. Se acho que pode ser? Sim, acredito”, atirou.
O ciclista das Caldas da Rainha, de 24 anos, foi quarto na Volta a Itália de 2020, que liderou durante 15 dias, e depois sexto em 2021.
Em Espanha, terá ao seu lado Ivo Oliveira na equipa, mas não Rui Costa, um experiente nome da UAE Emirates que se vai mudar em 2023 para a Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux.
“Gostava de ter o Rui ao meu lado, claro, porque é um senhor. Tenho vindo a aprender muito com ele, com a sua experiência”, comentou.
A 77.ª edição da Volta a Espanha arranca sexta-feira nos Países Baixos e termina em 11 de setembro em Madrid.
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