“A Liga estava à espera que os clubes resolvam, mas é soberana e houve uma não resposta. Tem de tomar decisões, boas ou más, e os clubes têm de aceitar. Uns ficariam mais contentes e outros menos, mas era uma decisão de quem manda e não estava a expor os clubes a este conflito evitável”, apontou o técnico, em conferência de imprensa.
O Santa Clara pediu na quarta-feira o adiamento do jogo, devido a um surto de covid-19, que afetou 10 elementos da estrutura, incluindo nove jogadores, proposta à qual o Moreirense se opôs no dia seguinte, levando hoje os açorianos a acusar os minhotos de “completo desprezo” pela saúde pública e pelos “valores da verdade desportiva”.
“Na minha humilde opinião, os dois clubes têm os seus argumentos válidos. Restava só uma solução, que era antecipar este tipo de problemas. Quem pode fazê-lo é a Liga e estava tudo resolvido. Não há aqui maus da fita. Só fico triste por se levantar mais uma polémica quando não houve o cuidado de se antecipar estes problemas”, reiterou.
Garantindo ter mantido o balneário “alheio a qualquer tipo de polémicas”, João Henriques ressalvou que os vimaranenses “nada vão beneficiar” com as ‘baixas’ do adversário, que contará com os mesmos 14 jogadores da vitória de quinta-feira no terreno dos eslovenos do Olimpija Ljubljana (1-0), para a terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa.
“Estão lá praticamente os titulares todos, tirando dois ou três. Nós também ainda não temos o nosso plantel completo e no último jogo ficámos sem três jogadores por lesão. A única diferença são as viagens consecutivas do Santa Clara e o número de atletas que tem disponíveis para gerir o desgaste dos jogos neste curto espaço de tempo”, notou.
Abdu Conté, Galego e Walterson lesionaram-se na derrota caseira frente ao Benfica (1-2) e juntaram-se a Pedro Amador e Nikola Jambor no lote de ausentes do Moreirense, que vai encarar pela segunda jornada seguida um oponente inserido nas provas continentais.
“Será um jogo bom e difícil. O Santa Clara é claramente favorito. Ficou em sexto lugar na época anterior e tem mostrado grande capacidade na Liga Conferência Europa. Teve um percalço em Tondela [derrota por 3-0], fruto do acumular de jogos, mas é muito forte em termos individuais e coletivos e tem uma estrutura que cresce de ano para ano”, vincou.
De regresso aos Açores, onde trabalhou em 2018/19 e 2019/20, João Henriques vê os insulares, tal como o Benfica fez na semana passada, a “tentarem resolver cedo para gerir”, num encontro em que já pode utilizar Rodrigo Conceição, que estava castigado.
“Temos vários estreantes na I Liga e isso tem o seu peso. Podem estar mais frescos durante algum tempo, mas não têm o ritmo competitivo desejável para manterem o mesmo andamento durante 90 minutos. Além disso, há muita gente ainda a readquirir ritmo. É um plantel curto, mas temos confiança naqueles que vão a jogo”, concluiu.
Santa Clara e Moreirense, ambos com zero pontos, defrontam-se no domingo, às 19:30 locais (20:30 em Lisboa), no Estádio de São Miguel, em Ponta Delgada, nos Açores, para a segunda jornada da I Liga, com arbitragem de David Silva, da associação do Porto.
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