“Sabíamos que éramos candidatos às medalhas, mas com este nível muito elevado tanto podíamos ser primeiros como nonos. No último mundial tínhamos o melhor tempo e fomos quintos. Nos Jogos Europeus, com um erro meu, fomos quartos. Sempre à porta, sempre à porta… Hoje, sentíamos que era o momento”, revelou João Ribeiro.
A dupla treinada por Rui Fernandes precisava ficar nos seis melhores para garantir a presença nos Jogos Paris2024 e completou a prova em 1.29,037 minutos, 47 milésimos de segundo mais rápida do que a dupla segunda classificada, formada pelos húngaros Bence Nadas e Balint Kopasz, campeão olímpico nos K1 1.000 de Fernando Pimenta, bronze em Tóquio2020.
“Tenho muito boas sensações nesta pista e tenho nas minhas costas um dos melhores atletas de Portugal de sempre e foi muito fácil fazer esta prova, porque o Messias tem uma confiança enorme, uma autoestima gigantesca e dá-me sempre muita confiança”, acrescentou.
Quanto ao irem a Paris2024 com o estatuto de campeões do mundo, o canoísta de 34 anos lembrou que primeiro a dupla de “bons amigos” tem de garantir que vai representar o país em França, uma vez que a vaga que conquistaram é para Portugal.
“Primeiro, temos de discutir entre nós as vagas em Portugal. Depois, se conseguirmos ir a Paris2024 com este K2, vamos lutar pelo melhor resultado”, prometeu, recordando que “o nível tão equilibrado destas provas não permite atribuir favoritismo a ninguém”.
Messias Batista destacou a boa partida na regata e, na parte final da mesma, realçou a “crença e acreditar diferentes de chegar à frente”.
“Sabíamos que era possível. Ter o João a marcar o ritmo é para mim algo incrível. Eu ainda era criança quando ele já remava e agora partilho com ele o meu primeiro título mundial em distância olímpica…”, elogiou o atleta, 10 anos mais novo.
O canoísta de 24 anos destaca a crença da dupla de que este título mundial “era possível”, numa confiança alicerçada nos resultados dos últimos dois/três anos, em que nunca baixaram do top-5 internacional.
“É realmente incrível, ainda nem sei bem o que sentir. Sabíamos que era possível, mas nesta prova todos os milésimos contam. Temos uma amizade muito boa. Acreditamos um no outro, ele pede as minhas opiniões e eu as dele. Isso faz a grande diferença numa embarcação e numa equipa”, destacou.
Tantas foram as vezes em que João e Messias estiveram para celebrar medalhas mundiais nesta distância olímpica, que os companheiros dentro e fora da água acreditavam que “essa crença fazia sentido”.
“O João dizia que se não conseguíssemos, íamos morrer a tentar. Mas, felizmente, hoje vamos levar para casa o título mundial, hoje somos os melhores do Mundo!”, concluiu.
Além de João Ribeiro e Messias Baptista, em K2 500 metros, Portugal conquistou a vaga também em K1 1.000, por Fernando Pimenta, igualmente com o ‘detalhe’ de ser coroada com o título Mundial: Teresa Portela, em K1 500, aguarda apenas a oficialização da sua vaga com o oitavo lugar na final.
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