O adiamento foi benéfico para a preparação ou foi mais um momento de ansiedade?

Foi inesperado mas, por outro lado, tivemos mais tempo para nos prepararmos. Sendo que o ténis é uma modalidade diferente, em que as nossas carreiras pessoais continuam e todas as semanas temos de nos adaptar a diferentes condições. Mais do que um momento para preparar essa semana dos Jogos Olímpicos, foi mais uma questão de preparação mental.

Beneficiou com o adiamento ou está nos Jogos devido a esse facto?

Não. Se tivessem acontecido em 2020, teria tido entrada direta mais cedo. Neste caso, tive de esperar por algumas desistências que foram acontecendo ao longo destas últimas semanas para, então, garantir a minha entrada nos Jogos. Portanto, por um lado ou por outro, é bom saber que vou disputar estes Jogos Olímpicos.

BI Olímpico

João Sousa

Modalidade: Ténis

Idade: 33 anos

Naturalidade: Guimarães

Clube: Open Village Sport

Treinador: Frederico Marques

Participações: João Sousa é um repetente nas olimpíadas. Esteve nos JO Rio 2016. Foi 17º (2ª ronda), em singulares e 17º, em pares, ao lado de Gastão Elias.

Factos & Curiosidades: O tenista vimaranense diz, recorrentemente, em entrevistas não saber o lugar que ocupa no ranking ATP. Chegou a 28.º lugar do, em 2016 e esteve oito anos no top-100 mundial, de 15 de julho de 2013 a 15 de março de 2021. Hoje ocupa o 137 posto e não vive obcecado com a barreira dos 100.

Tem três torneios conquistados, sendo o Estoril Open um deles, em 2018. Valência (2015) e Kuala Lumpur, Malásia, em 2013 são os outros.

João Sousa e Pedro Sousa costumam jogar pares na Taça Davis.

Há quanto tempo está a preparar os JO?

Como referi, as coisas são um pouco diferentes no ténis. Preparamos os Jogos Olímpicos quando lá chegamos porque temos de nos adaptar a novas condições e circunstâncias de jogos todas as semanas. Por isso, essa preparação também tem de ser mental e, tanto eu como a minha equipa, queríamos estar presentes nestes Jogos, pelo que agora é continuar a preparar da melhor maneira essa competição.

Ao longo deste ciclo Olímpico, quando é que pensou: este é momento do “tudo ou nada”?

Não pensamos se é o “tudo ou nada” porque é uma competição onde todos os atletas gostam de estar e para mim é um orgulho representar Portugal. Estar nos Jogos Olímpicos é motivo de orgulho ainda maior. Tive a felicidade de ter estado no Rio de Janeiro, por isso, será a segunda vez. Estou contente e orgulhoso pelo feito.

Qual o pior momento na preparação?

A preparação e a adaptação às circunstâncias e às condições será feita já em Tóquio. Quanto à preparação que é feita durante o ano, a maior preocupação passa por estarmos bem fisicamente, o que requer um trabalho diário. É ter isso em mente e saber que os jogos estão quase aí.

Que preparação específica foi feita? (Por exemplo, vai alterar os ciclos de sono antecipadamente face à diferença horária?)

Toda a preparação para os jogos será feita e tentaremos adaptar-nos ao máximo para estarmos a 100%.

Qual a maior dificuldade que espera encontrar em Tóquio?

A competição vai ser diferente. O nível de ténis e o elenco que vai estar presente é muito forte, todos queremos garantir um bom resultado porque estamos a disputar os Jogos Olímpicos e todos os atletas querem lutar por medalhas para os seus países. Acredito que as condições atmosféricas também serão difíceis, com uma humidade muito grande, pelo temos de estar a 100% para suportar todas as adversidades.

Qual a coisa mais inusitada que leva na bagagem para o Japão?

Assim fora do comum, acho que não levo nada de diferente do que tento levar para as competições. [Levo] muita esperança e muita fé para tentar alcançar os objetivos.

Quais são os objetivos em termos de resultados/marcas?

Os objetivos são fazer um bom resultado e acreditar que é possível trazer uma medalha para casa. Seria um excelente resultado se isso acontecesse e é essa mentalidade que temos de ter. Com um bom nível de ténis e alguma sorte pode perfeitamente acontecer.  

O que é um bom resultado olímpico para Portugal?

Trazer uma medalha seria um grande feito para o ténis português.

Qual a primeira memória que tem dos Jogos Olímpicos?

A primeira vez que estive presente nos Jogos Olímpicos é um algo que fica para sempre na memória. Por isso, os Jogos do Rio, em 2016, foram uma experiência que vai ficar gravada na memória. Entrar no Estádio do Maracanã com toda a equipa olímpica de Portugal foi indescritível.

Em relação às minhas memórias de criança, recordo-me de ver principalmente o atletismo. Todos gostamos de acompanhar a prova de 100 metros.

Quem é o melhor atleta olímpico de sempre na sua modalidade?

As irmãs Williams. A Venus Williams, que é a mais velha e tem 5 medalhas, e a Serena, que tem 4. No género masculino, destaco o Lawrence Doherty.

Se ganhar uma medalha, a quem a vai dedicar?

À minha família e à minha equipa. São eles que estão sempre presentes na minha vida, nos meus objetivos e estão ao meu lado para continuar a crescer como jogador e como pessoa.

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Memórias, objetivos e até uma pandemia. Rumo aos Jogos Olímpicos, que se realizam de 23 de julho a 8 de agosto em Tóquio, no Japão, desafiámos alguns dos nossos atletas a responder a um Questionário Olímpico.