Ir aos Jogos Mundiais (World Games) a pensar um dia subir ao Olímpio e representar Portugal numa futura edição dos Jogos Olímpicos. Este é o pensamento de alguns desportistas e respetivas modalidades integrantes da Equipa Portugal composta por 47 atletas em representação de nove modalidades/disciplinas (seis desportos) nas vésperas de partida para Birmingham, Alabama, Estados Unidos da América, palco da 11.ª edição do World Games, a decorrerem em 23 infraestruturas desportivas a partir de sete de julho, dia da cerimónia de abertura, até 17 do corrente mês.

“A competição é reconhecida pelo Comité Olímpico Internacional, um evento multidesportivo que acontece de quatro em quatro anos, no ano imediato aos Jogos Olímpicos e é destinada a modalidades que não integram o programa competitivo dos JO”, descreveu Filipe Jesus, Chefe da Missão.

O evento junta 3.600 atletas de mais de 100 países, envolvidos em 34 desportos. Esta edição tem a particularidade de receber pela primeira vez atletas com deficiência – râguebi em cadeira de rodas e na prova de Tiro com Arco, na qual as equipas podem integrar um elemento com deficiência. As Artes Marciais fazem parte do programa competitivo oficial pela primeira vez no ano da estreia da Corrida de Drones, Canoagem de Maratona, Breaking, Parcour, Lacrosse masculino e competição mista na Tração à Corda.

Os Jogos Mundiais podem e têm servido de rampa de lançamento para algumas modalidades entrarem no menu olímpico. “O breaking passará a ser uma modalidade Olímpica. Ainda entra nestes Jogos Mundiais, mas já fará parte dos Jogos Olímpicos de Paris 2024”, adiantou. “A escalada fazia parte e entrou em Tóquio 2020. O vólei de praia ou o triatlo, os Jogos serviram, ao longo dos anos, de rampa de lançamento”, revelou ao SAPO24, o Chefe da Missão Portugal, à margem da apresentação dos atletas selecionados para Birmingham e que decorreu na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), em Lisboa.

Ao considerar a conquista de medalhas como um “ponto que vem sempre à parte”, Filipe Jesus aponta um objetivo: “pelo menos igual à última edição. Três medalhas (três de bronze, em Cracóvia 2017, na ginástica de trampolim, Jiu-Jitsu e patinagem artística)”, referiu em conversa com os jornalistas. “Existem outras métricas e não só as medalhas”, salvaguardou.

Para José Manuel Constantino, presidente do COP, este evento “permite a um conjunto de modalidade e disciplinas que não fazem parte do programa olímpico o contacto com competições internacionais e aproximar muito aquilo que são modalidades que ambicionam um dia fazer parte do programa olímpico a possibilidade de competir ao mais alto nível”.

Presente em todas as edições, Portugal conquistou 23 medalhas. Cinco de ouro, quatro delas no hóquei em patins (Santa Mónica 1981, EUA, Karlsruhe 1989, Alemanha, Haia 1993, Países Baixos e Akita 2001, Japão) e uma no ciclismo Artístico – Pares femininos (Karlsruhe 1989), seis de prata e 12 de bronze. Para além da patinagem, ciclismo, Jiu-Jitsu e ginástica, a canoagem e râguebi também contribuíram para o “medalheiro” nacional.

Miguel Bravo, na patinagem artística de velocidade, é primeiro português a entrar em ação. “O objetivo é estar no top cinco mundial”, disse o atleta que veste as cores da bandeira nacional desde 2013.

“A expectativa é atingir as finais. Este ano é bastante possível”, atirou Bárbara Sequeira, ginasta acrobática. “Esta é uma competição única para nós. São os nossos Jogos Olímpicos”, confidenciou.

Sebastião Condado, tal como “grande parte da equipa” estreia-se nos Jogos Mundiais pela mão do Corfebol, modalidade mista que participa pela terceira vez. “O nosso objetivo e da federação é alcançar as medalhas. É assim em qualquer competição. Vai ser difícil, só entram em prova as oito melhores seleções e estar aqui já é uma vitória”, considerou em conversa com o SAPO24. “A participação nos Jogos Mundiais é um sonho, são os nossos Jogos Olímpicos e a ambição é claramente as medalhas e vamos fazer o máximo”, reforçou.

Por fim, Diana Gomes, presidente da Comissão dos Atletas Olímpicos não deixou de realçar que “sempre que se representamos Portugal tem de ser o ponto mais alto. E este é ponto mais alto das modalidades não olímpicas”.

Disciplinas e modalidades:

Canoagem maratona

Corfebol

Ginástica acrobática, aeróbica e aeróbica Dance

Ginástica de Trampolins Duplo, Mini-Trampolim e Tumbling

Kickboxing

Muay Thai, Muay

Patinagem Artística Dance, Freeskating e velocidade

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