“A nossa comunicação [social] desportiva é um pouco complicada, porque fazem de uma palavra aquilo que o jogador possa querer dizer. E o jogador teve a opinião dele. Para ele, o rival que pode ser mais complicado é o FC Porto. É uma opinião dele. Ele não pode ter opinião? Ofende alguém? Prejudica alguém?”, questionou o técnico do Benfica.
Em entrevista ao diário desportivo Record, o médio marroquino não se mostrou surpreendido com a liderança dos ‘leões’ na I Liga, mas referiu que o FC Porto é o “maior adversário” das ‘águias’, o que levou Ruben Amorim a agradecer porque, segundo argumentou, até o ajudava a motivar os seus jogadores.
Em conferência de imprensa de antevisão da partida com o Marítimo, na segunda-feira, da oitava jornada da I Liga, Jesus não escondeu alguma irritação com o destaque que tem sido dado às palavras do seu jogador e desvalorizou a sua importância.
“Hoje, fazemos muito de uma palavra um contexto que não tem significado. Apesar de esta ser uma opinião, não vejo onde é que isso pode agredir ou denegrir qualquer equipa. Para mim, isso não tem cabimento”, concluiu o técnico.
Até porque, sublinhou, não está nada surpreendido por o Sporting estar em primeiro lugar, uma vez que os orçamentos não são “determinantes” e o campeonato “vai ter várias oscilações de classificação”, apesar de admitir que, “como é óbvio, é melhor andar em primeiro do que em segundo”.
“A surpresa de o Sporting há duas jornadas estar em primeiro não me surpreende nada. Já foi o Benfica, hoje é o Sporting, amanhã pode ser o FC Porto. São equipas com capacidade para isso e o que sei é que vai ser um campeonato competitivo e o mais importante é chegar ao fim em primeiro”, defendeu.
Para a viagem ao Funchal, o técnico confirmou que ainda não poderá contar com Julian Weigl, Darwin Núñez e Taarabt, que tiveram testes com resultado positivo para o novo coronavírus, assim como com os lesionados Nuno Tavares, Pedrinho e Todibo, além de André Almeida, que deve estar ausente até ao final da época.
Uma deslocação que Jorge Jesus antevê complicada, porque “o Marítimo tem sempre boas equipas”, mas em que o acumulado de jogos, no entender do técnico, “não tem influência nenhuma”.
Quanto às debilidades defensivas apontadas anteriormente pelo próprio técnico, Jorge Jesus fez questão, desta vez, de sair em defesa da sua equipa, relativamente aos dois golos sofridos na quinta-feira, frente ao Rangers, em partida da Liga Europa, que os ‘encarnados’ empataram 2-2.
“Cada jogo onde sofres golos tem histórias diferentes. E penso que os dois golos que sofreste em Glasgow são mérito de quem ataca, não porque quem defende estivesse mal. Os dois golos que sofremos na Escócia são mérito do adversário, portanto não contabilizo esses dois golos como alguns dos que nós sofremos, porque em termos de organização defensiva não estivemos bem”, sustentou.
O Benfica defronta na segunda-feira o Marítimo, no Funchal, em partida da oitava jornada da I Liga, em que os ‘encarnados’ procuram voltar às vitórias, depois de duas derrotas consecutivas, frente ao Boavista (fora, por 3-0) e ao Sporting de Braga (em casa, por 3-2).
Depois do triunfo do Sporting sobre o Moreirense (2-1), no sábado, o Benfica entra em campo a sete pontos dos ‘leões’ e a um do FC Porto, que também no sábado venceu o Santa Clara, por 1-0.
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