“Por respeito para com aqueles que se dispõem a apoiar-nos, mas aos quais não podemos garantir o sucesso da candidatura, decidimos suspender a nossa caminhada eleitoral, não sem antes desejar os melhores sucessos olímpicos às federações e à candidatura que vier a ser eleita”, lê-se em comunicado enviado à agência Lusa.
Na nota, o antigo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) começa por evidenciar que as eleições para a presidência do Comité Olímpico de Portugal, agendadas para 19 de março, têm vindo a assumir “contornos políticos, até hoje, inéditos no movimento olímpico português”.
“O processo eleitoral progrediu no sentido da polarização entre, sobretudo, dois candidatos que disputam o apoio das federações, baseando-se na lógica do voto útil. Esta lógica não privilegia a apresentação e debate de ideias e projetos, mas, tão só, a adesão a um dos candidatos e às vantagens que, supostamente, lhes são garantidas”, defende.
Presidente da FPA durante 12 anos — saiu do cargo em novembro -, Vieira lembra que a sua candidatura se apresentou como independente e oriunda do interior do movimento federado e olímpico e pugnaria, “tão só, pelo desenvolvimento e pela excelência do desporto português”
“A dinâmica, intensiva, de captação de federações apoiantes pelas duas referidas candidaturas fragilizou, significativamente, a nossa base de apoio inicial. Alguns dos que nos apoiaram e incentivaram ao longo do tempo, migraram para as candidaturas concorrentes”, reconhece.
No comunicado, Vieira não identifica os candidatos a que se refere, no entanto apenas Laurentino Dias, antigo secretário de Estado do Desporto, e Fernando Gomes, ainda presidente da Federação Portuguesa de Futebol, têm apoios federativos declarados.
O outro candidato, o também antigo secretário de Estado do Desporto Alexandre Mestre, ainda não revelou quais as federações que o apoiam.
A desistência de Vieira, que se segue à de José Manuel Araújo – uniu esforços com Laurentino Dias -, acontece no mesmo dia em que a Comissão Eleitoral do COP divulgou o calendário eleitoral, fixando a apresentação de candidaturas até 27 de fevereiro e esclarecendo que cada uma delas deve ser subscrita por, pelo menos, nove federações.
Após as eleições de 19 de março, o sucessor de Artur Lopes, que assumiu a presidência do COP após a morte de José Manuel Constantino em agosto passado, tomará posse até 27 de março.
Comentários