La Vuelta, arranca hoje em Málaga, com um contrarrelógio individual de oito quilómetros numa prova com um total de 3271,4 km divididos em 21 etapas e que termina em Madrid, a 16 de setembro.
A 73.ª edição da Volta a Espanha em bicicleta, que contará com quatro portugueses integrados no pelotão: José Mendes (Burgos), Nélson Oliveira (Movistar), José Gonçalves e Tiago Machado (Katusha Alpecin), apresenta-se, este ano, órfã de favoritos e de alguns dos grandes nomes do ciclismo mundial.
Alberto Contador (retirou-se no ano passado) e Chris Froome, vencedor no ano passado, são os grandes ausentes da luta pela camisola vermelha, símbolo de líder da prova. Esse facto, porém, não retira interesse à terceira grande prova (depois do Tour de France e do Giro) da temporada.
Juan Antonio Flecha, antigo ciclista espanhol (2000-2013) e atual comentador do canal Eurosport (que transmitirá a Volta a Espanha com comentários a cargo de Luís Piçarra, Paulo Martins e Olivier Bonamici) destaca que a prova está “cheia de ciclistas que podem ter um bom desempenho. Não há Contador, nem Froome, mas há Nibali (a ver como recupera do Tour de France, questiona-se)”. Flecha acredita que poderá subir ao lugar mais alto do pódio final em Madrid embora reconheça que poderá “ser excessivo colocá-lo como favorito”.
Para além do ciclista italiano, o comentador do Eurosport destaca Miguel Angel Lopez (3.º na Volta a Itália) e Simon Yates que juntamente com Nibali serão o “top 3 a ter em atenção na Vuelta”.
“La Vuelta será ganha entre as etapas 13 e 17”
Com o pelotão a ter direito a dois dias de descanso (dia 3 de setembro, em Salamanca e Santander, a 10) antes da chegada a Madrid, final da Volta a Espanha, a 16 de setembro, o percurso da 73.ª edição contempla seis etapas planas e duas etapas planas com final em alto, seis etapas de média montanha, cinco etapas de montanha, duas etapas de contrarrelógio individual, 40.7 km de contrarrelógio individual e 46 contagens de montanha.
Com nove finais de etapas a subir, Juan Antonio Flecha chama a atenção, por sua vez, para as etapas 13 (Candás – La Camperon), 14 (Cistierna - Les Praeres) e 15 (Ribera de Arriba – Lagos de Covadonga), que terminam em descidas com um acentuado desnível. “Especialmente a etapa 14, com uma pequena descida depois de uma subida de quatro quilómetros. É muito perigoso e muito duro. Durante La Vuelta esses três dias vão ser muito emocionantes”, destaca. “Diria que da etapa 13 à 17.ª será onde a Vuelta se decidirá”, reforça.
Olhando para o percurso, o comentador aponta que a primeira semana poderá “ser chave” devido às altas temperaturas esperadas no sul de Espanha, local onde arranca a prova, não deixando de enquadrar o evento no calendário internacional. “Tens de colocar a La Vuelta no contexto em que se realiza, em fim de temporada e os corredores já chegam no limite, pelo que têm de olhar mais pelas questões de saúde que em outras estradas”, remata.
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