O adiamento foi benéfico para a preparação ou foi mais um momento de ansiedade?
O adiamento foi uma mistura: por um lado, [senti] um pouco de ansiedade, por outro permitiu-me mais tempo para preparar alguns aspectos e conseguir estar pronta na hora certa.
Beneficiou com o adiamento ou está nos Jogos devido a esse facto?
Consegui preparar-me e corrigir alguns aspetos. E, graças a Deus, consegui na hora certa, porque tudo que Deus faz é bom.
Há quanto tempo está a preparar os JO?
Estou a prepará-los há cinco anos.
Ao longo deste ciclo Olímpico, quando é que pensou: este é momento do “tudo ou nada”?
Foi mesmo quando estava a aproximar-me do prazo para qualificação, todas as provas eram muito importantes para mim. Dei sempre o meu melhor, mas à medida que o final do prazo se aproximava, procurei dar ainda mais de mim. Os pontos de cada prova foram valiosos para me posicionar melhor no ranking.
Qual o pior momento na preparação?
O pior momento da minha preparação foi em janeiro, quando ia iniciar a minha época desportiva e fiquei lesionada no aquecimento no dia da primeira prova. Isso condicionou muito a minha preparação, mas graças a Deus consegui voltar.
Que preparação específica foi feita? (Por exemplo, vai alterar os ciclos de sono antecipadamente face à diferença horária?)
Qual a maior dificuldade que espera encontrar em Tóquio?
Não quero pensar em dificuldades em Tóquio, quero ir lá com um mindset positivo, estar preparada para tudo e ser capaz, no caso de encontrar dificuldades, de procurar sempre uma solução para desfrutar deste momento único.
Qual a coisa mais inusitada que leva na bagagem para o Japão?
A Bíblia.
Quais são os objetivos em termos de resultados/marcas?
Em termos de resultados, não me quero fixar numa marca em específico, quero só ser capaz de correr tecnicamente bem e conseguir executar tudo que o que trabalhei. Fixar uma marca, por vezes, limita-nos ou deixa-nos obcecadas, e acabamos por falhar. E eu não quero isso.
O que é um bom resultado olímpico para Portugal?
Sei que um bom resultado para Portugal é ganhar uma medalha, mas passar as eliminatórias e bater o recorde pessoal também o é. Porque isso mostra que conseguimos dar o nosso melhor e fomos ao limite do podíamos dar.
Qual a primeira memória que tem dos Jogos Olímpicos?
A primeira memória é amizade, o respeito, o convívio com os melhores do mundo...
Quem é o melhor atleta olímpico de sempre na sua modalidade?
Na minha modalidade, o atletismo, são vários porque temos várias disciplinas, cada uma com o seu melhor. Mas neste momento, nos 100m femininos, é a Shelly-Ann Fraser-Pryce.
Se ganhar uma medalha, a quem a vai dedicar?
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Memórias, objetivos e até uma pandemia. Rumo aos Jogos Olímpicos, que se realizam de 23 de julho a 8 de agosto em Tóquio, no Japão, desafiámos alguns dos nossos atletas a responder a um Questionário Olímpico.
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