A queniana Peres Jepchirchir venceu esta madrugada a maratona feminina dos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, ao terminar em 02:27.20 horas.
Em segundo lugar da prova, cujo início foi antecipado para as 06:00 locais (22:00 em Lisboa) devido à previsão de calor intenso, ficou a compatriota Brigid Kosgei, recordista mundial, a 16 segundos.
A norte-americana Molly Seidel, uma surpresa neste pódio, foi terceira, a 26 segundos da liderança.
Carla Salomé Rocha, de 31 anos, cumpriu a estreia na maratona olímpica como a melhor representante portuguesa, Sara Moreira, de 35, sentiu-se mal a meio da prova, e Sara Catarina Ribeiro, de 31, conseguiu chegar ao fim na estreia na competição e terminou em 70.ª.
Disputada em Sapporo, fica para a história como a mais lenta das 10 maratonas femininas disputadas em Jogos Olímpicos.
Salomé Rocha "minimamente realizada"
“Saio satisfeita e ao mesmo tempo insatisfeita. Queremos sempre mais, o melhor resultado possível. Treinamos diariamente para nos superarmos. Mas satisfeita por terminar mais um campeonato. Melhor não consegui fazer. Dei o meu máximo, tentei gerir. Comecei a sentir bastantes cãibras aos 28 quilómetros. Tentei abstrair-me e gerir para terminar. Satisfeita e insatisfeita, como digo”, explicou Salomé Rocha, em declarações à agência Lusa.
Apesar do calor e da humidade, a maratonista natural de Vizela, de 31 anos, que tinha sido 26.ª nos 10.000 metros no Rio2016, não reclamou.
“Não podemos reclamar das condições, são iguais para todas. Foram 88 atletas. Tentei resistir a elas o máximo possível, houve a vantagem da antecipação em uma hora, as sombras ajudaram bastante, mas, entretanto, o sol foi subindo e o desgaste cada vez maior. Saio minimamente realizada, porque terminei mais um campeonato, numas condições um bocadinho adversas”, vincou.
Catarina Ribeiro terminou "exausta e completamente esgotada"
Sara Catarina Ribeiro, de 31 anos, passou pela mesma provação durante a parte final da prova, com cãibras, algumas paragens para andar e um final estoico. Depois, a estreante em Jogos Olímpicos, natural de Lousada, recebeu assistência médica durante cerca de duas horas, devido a exaustão, sem, no entanto, ter necessitado de tratamento hospitalar.
“Acabei mesmo exausta, completamente esgotada, dei tudo. Tive inclusivamente de ser assistida pelo departamento médico da prova”, disse a atleta à agência Lusa, referindo que chegou a ser ponderado o adiamento da sua viagem de regresso a Tóquio.
Sara Catarina Ribeiro, de 31 anos, garantiu ter partido confiante, mas cautelosa, para a prova.
“Parti confiante e cautelosa pois sabia que as condições iriam agravar-se com o decorrer da competição. Mantive o ritmo constante até perto do quilómetro 30. Depois foi sempre a sofrer, o cansaço era muito, o calor e humidade insuportáveis”, explicou.
Sara Moreira desmaiou após cumprir 21 quilómetros
Sara Moreira abandonou após 21 quilómetros de prova, tendo mesmo recebido assistência médica.
“Eu não sei o que aconteceu. Lembro-me de ter passado a meia maratona, porque por volta dos 18 quilómetros parei para ir à casa de banho, mas, depois, comecei a correr e caí para o lado, não me lembro de nada”, disse a atleta natural de Santo Tirso à agência Lusa.
Na zona mista, Sara Moreira seguia amparada por um elemento do ‘staff’ nacional, depois de ter deixado o percurso de cadeira de rodas, inanimada, segundo constatou a Lusa no local, num momento em que se registam 30 graus Celsius.
“Agora estou bem, na medida do possível. Sei que passei os 21 quilómetros, mas não sei quando caí”, desabafou a maratonista, de 35 anos, que, nessa altura, seguia no 75.º lugar, a 03.27 minutos do grupo de 12 atletas que liderava a prova.
Sara Moreira terminou a quarta presença olímpica em dificuldades físicas, depois de ter desistido na maratona do Rio2016, de ter sido 14.ª nos 10.000 metros em Londres2012 e 22.ª nos 3.000 metros obstáculos em Pequim2008.
A atleta do Sporting foi campeã da Europa da meia maratona, em 2016, e terceira e quarta na Maratona de Nova Iorque, em 2014 e 2015, respetivamente, tendo assegurado a presença em Tóquio2020 com o registo de 02:26.42 horas, em Twente, nos Países Baixos, em 18 de abril de 2021.
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