Um jovem fenómeno

França nunca tinha conhecido um fenómeno como este, mais jovem do que Thierry Henry e os seus 20 anos em 1998.

Kylian Mbappé, com apenas 19 anos e 22 jogos pela seleção, um dos motores dos bleus para desarticular qualquer sistema defensivo, acabou por vencer o prémio de melhor jogador jovem do Mundial.

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O atacante do Paris Saint-Germain coroou a sua participação no mundial com um golo na final contra a Croácia, tornando-se o segundo mais jovem a fazer balançar as redes numa final de um Campeonato do Mundo, apenas atrás do feito de Pelé na Suécia, em 1958 com apenas 17 anos.

A sua exibição nos oitavos-de-final contra a Argentina (4-3) já tinha impressionado o mundo do futebol. Com um sprint (média de 32,4 km/h) acabou por ganhar uma grande penalidade, que Griezmann converteu, além de ter marcado dois golos.

O Maestro

Depois de uma longa temporada no Atlético de Madrid, coroada com a conquista da Liga Europa contra o Olympique de Marselha (3-0), Antoine Griezmann precisou de tempo para recuperar a melhor forma física.

A partir dos oitavos-de-final foi-se tornando cada vez mais decisivo até ter tido um papel preponderante no autogolo de Mario Mandzukic, ao ter batido o livre que deu origem ao golo, e ao marcar o segundo tento da final na conversão de um penalti.

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Griezmann terminou a competição com quatro golos e duas assistências, sendo o segundo melhor artilheiro ao lado de Mbappé, Lukaku, Cristiano Ronaldo e Cheryshev. O inglês Harry Kane levou para casa a Bota de Ouro com seis golos.

O cruzamento para o golo de Raphaël Varane contra os uruguaios e a cobrança do canto para a cabeçada de Samuel Umtiti contra a Bélgica também foram decisivos.

Num estilo de jogo defensivo, próximo do que conhece no Atlético de Madri, assumiu um papel diferente, um pouco mais discreto, dando ritmo à equipa e transmitindo aos colegas conselhos defensivos.

O xerife

Depois de vencer por quatro vezes a Liga dos Campeões com o Real Madrid, Raphael Varane também convenceu ao serviço da seleção francesa.

O vice-capitão dos gauleses exerceu perfeitamente o seu papel de xerife na defesa. Quase nunca esteve em dificuldades, com exceção do terceiro golo da Argentina no encontro dos oitavos-de-final.

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Uma grande evolução para um jogador que sofreu duras críticas pela falta de autoridade e liderança após o duelo perdido nos quartos-de-final do Mundial de 2014, contra o alemão Mats Hummels.

Mas o jogador de 25 anos respondeu dentro de campo com uma excelente cabeçada contra o Uruguai (2-0) e várias intervenções de grande importância contra os belgas e depois contra os croatas.

"Evoluiu, ganhou estatuto no balneário e no campo. Realmente sentimo-lo como um líder, é mais sociável e ajuda-nos muito", disse Blaise Matuidi.

O líder

Paul Pogba tinha sorrido, no início dos preparativos para o Mundial, quando no Canal+ fez a antevisão do torneio: "Assumirei as rédeas da seleção, tentarei ser o chefe".

É preciso dizer que foi mais conhecido pela sua exuberância e excentricidade, patente nas várias publicações nas redes sociais da Adidas, ao mesmo tempo que, com frequência, exibia um rendimento decepcionante e irregular.

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Perante tal cenário, Pogba elevou o seu nível de exibicional numa meia-final difícil e uma final em que marcou o terceiro golo francês, que colocou a sua seleção mais perto do título mundial.

"Conhecemos as nossas qualidades... Todos os jogadores que estão ali sonham com isso, mas agora as pernas não vão tremer", garantiu no domingo ao Telefoot. Pogba tinha dito a verdade e mostrou caráter contra os sempre perigosos croatas.

O amuleto e o anjo da guarda

N'Golo Kanté e Hugo Lloris não foram os jogadores que mais sobressaíram na final: o primeiro foi substituído durante o jogo, enquanto o segundo cometeu um erro grosseiro que custou um golo. Mas antes deste último jogo, ambos tinham estado perto da perfeição.

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"Tem 15 pulmões", disse Pogba sobre Kanté. "Vemo-lo em todos os lugares, de repente ele sai do chão", disse o lateral esquerdo Lucas Hernández. Kanté, humilde 'ladrão' de bolas e discreto fora de campo, foi um dos grandes artesãos do título.

Já Lloris pode ter perdido o título de melhor guarda-redes do Mundial, depois de ter cometido um grande erro que presenteou Mandzukic com um golo. Apesar do lance, o capitão e guarda-redes foi peça chave com defesas decisivas na competição.

A mais destacada foi para desviar uma cabeçada do uruguaio Martín Cáceres, o que acabou por garantir a vantagem de 1-0 a poucos minutos do intervalo.

"Não é uma defesa, é quase um golo", disse Didier Deschamps.