"Uma elite fantástica e fabulosa". Assim caracterizou Carlos Móia, presidente do Maratona Clube de Portugal discorrendo sobre os nomes dos atletas que vão estar presentes na 29ª da EDP Meia Maratona de Lisboa, prova que se realiza a 17 de março.
"Fica em aberto bater o recorde do mundo" da distância (21km) — na posse de Zersenay Tadese, da Eritreia, com o tempo de 58m23s, alcançado em 2010, precisamente em Lisboa. De resto, Tadesse venceu a competição que atravessa a Ponte 25 de abril e que liga Almada, Oeiras e Lisboa, em 2011 e 2012.
"Penso que o recorde mundial feminino poderá acontecer [está na posse da queniana Peres Jepchirchir, com o tempo de 1h05m06s, alcançado nos Emirados Árabes Unidos, em 2017]. O leque de atletas masculinos é muito bom também", sublinhou aos jornalistas Carlos Móia à margem da apresentação da prova que decorreu no Dom Pedro Hotels, em Lisboa.
E justifica a sua convicção: "Este ano tivemos cuidado em não convidar tanto em quantidade mas em qualidade de atletas. A janela está mais fechada e pode acontecer", assumiu.
Com 20 atletas masculinos abaixo dos 61 minutos e 14 mulheres com tempo inferior a 70 minutos, a edição de 2019 poderá ter que passar um cheque de 50 mil euros de prémio monetário a quem bater as marcas mundiais. Um valor que foi segurado numa "companhia de seguros portuguesa" que, por sua vez, "ressegura no Lloyd’s, que é a única seguradora no mundo a fazer estes seguros", explicou.
E por falar em recordes, um já está, à partida, garantido. "Temos um recorde atletas estrangeiros inscritos. Sete mil até à data (6 de fevereiro)", anunciou o presidente do Maratona.
Em relação à restante lista, garantiu ter "23 mil atletas inscritos", um número que o ajuda a estar convicto que as inscrições vão "fechar antes de tempo". E quando acontecer, deixa uma garantia: "Quando estiver fechado, está fechado".
Vencedores de 2018 regressam a Lisboa
Olhando para as 28 edições anteriores, somente cinco atletas masculinos não nascidos no continente africano conseguiram triunfar em Lisboa. O britânico Paul Evans, logo na primeira edição, em 1991, Andrés Espinosa (México), em 1994, o português António Pinto (1998), Mo Farrah (2015) e Jake Thomas Robertson (2017). No setor feminino, o registo é idêntico: seis atletas, sendo uma delas portuguesa. São elas as norte-americanas Shalane Flanagan (2012) e Kara Goucher (2009), a irlandesa Catherine McKierman (1998), a russa Iliyna Nadezhda (1993), a húngara Helena Barosci (1992) e a portuguesa Rosa Mota, no ano de estreia da prova.
Este ano, como em anos anteriores, o contingente dos favoritos viaja de África. O queniano Erick Kiptanui, vencedor da edição 2018 da meia maratona de Lisboa, Bernard Kiprop Kipyego, vice-campeão mundial em 2009, a fundista queniana, campeã olímpica (5 mil metros) e vencedora da Maratona de Londres (2017), Vivian Cheruiyot e a campeã mundial da distância, a etíope Netsanet Gudeta, campeã mundial são os cabeças-de-cartaz masculino e feminino da 29ª da Meia Maratona de Lisboa, prova que se disputará a 17 de março.
A estes nomes acrescentam-se o vencedor de 2013, Bernard Kiprop Koeck e dos também quenianos Solomon Kirwa Yego, corredor de longa distância e vencedor da meia de Milão, Micah Kogo, medalha de bronze dos Jogos Olímpicos de 2008 e 2º classificado em Lisboa, em 2015 e o maratonista Bernard Kiprop Kipyego, vice-campeão mundial de meia maratona de 2009.
No setor feminino, para além da campeã olímpica dos 5 mil metros, vencedora da maratona de Londres e 2ª classificada, em 2018, em Lisboa, está garantida a presença da campeã mundial da distância, a etíope Netsanet Gudeta, que será acompanhada de Zeineba Yimer (5ª mundial), Gelete Burka (triunfou em Valência no ano passado), Etagegne Woldu, etíope que subiu ao primeiro lugar do pódio em Lisboa, em 2018, e as quenianas Linet Masai (3º em Lisboa, em 2016) e Veronica Nyaruai, vencedora da maratona de Chicago, em 2018.
Fora de África, o britânico Callum Hawkins 4ª classificado na maratona nos mundiais de 2017 (60 minutos) é um dos nomes sonantes.
Um Sporting-Benfica no feminino
No leque dos corredores portugueses, à cabeça surge Hermano Ferreira e Ricardo Ribas. Nas mulheres, o destaque vai para o duelo Sporting-Benfica. De um lado, a campeã europeia na distância de 21 quilómetros, Sara Moreira (Sporting) e, do outro, Dulce Félix (campeã europeia dos 10 mil metros).
A partida é na Praça da Portagem da Ponte 25 de Abril, e a chegada ocorre em frente ao Mosteiro dos Jerónimos. A elite como tem sido hábito parte de Algés.
Com o selo de Golden Race atribuído pela IAAF (Federação Internacional de Atletismo), renovado em 2018, a Meia Maratona de Lisboa assume-se como muito mais que a prova que procura bater recordes.
"A meia maratona não é só o domingo. É uma festa de uma semana para a cidade de Lisboa, e para as cidades que estão connosco, Almada e Oeiras. Temos a prova dos sete quilómetros, os Avós e Netos, que junta mais de 4 mil pessoas e temos ainda uma prova que mete solidariedade da nossa parte em que pomos autocarros à disposição das escolas paras as crianças virem correr", frisou. Para o fim, Carlos Móia deixou uma revelação de uma parceria estabelecida com a Luso. "Cada atleta que irá correr terá uma árvore plantada com o seu nome na Serra do Bussaco", revelou. "A meia maratona é muito para além de uma prova desportiva", finalizou o presidente do Maratona Clube de Portugal.
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