“No final do jogo de hoje, uma senhora, que, pelos vistos, é ‘coaching’ de jogadores, embora não a conheça, pediu para falar comigo e mostrou-me umas mensagens que teria recebido no telemóvel antes do encontro, com o resultado exato verificado ao intervalo e no final do mesmo. Perante a gravidade dos factos, disse-lhe que já não a podia deixar sair e liguei de imediato para a Polícia Judiciária (PJ)”, contou Miguel Azevedo Brandão.
O Penafiel, agora quarto classificado da II Liga, com os mesmos 59 pontos do Benfica B, vencia ao intervalo o Freamunde, antepenúltimo classificado e em sério risco de descida, com 39, por 1-0, acabando por vencer por 2-1.
“Na PJ, disseram-me que não tinham nenhum inspetor no piquete da corrupção e remeteram o processo de identificação para as forças da autoridade presentes ao jogo, e, além da senhora, a quem fizeram ainda um termo de leitura de mensagens, foi identificada toda a equipa de arbitragem”, acrescentou.
Para o presidente da SAD do Freamunde, a trama adensa-se quando verificaram que as ‘odds’ das apostas referentes ao jogo da 38.ª jornada garantiam sete euros por cada um apostado na vitória do Penafiel.
“A única suspeita é que, a dada altura do jogo, a ‘odd’ do Penafiel estava a sete, conforme uma captura de ecrã recolhida para prova pela GNR, quando o normal era o Penafiel, bem melhor classificado, pudesse ganhar em Freamunde, que luta para não descer”, acrescentou.
Miguel Azevedo Brandão elogiou a “coragem da senhora” e assegura que “o Freamunde fez em consciência o que devia de fazer face à gravidade dos factos relatados”, dando ainda conhecimento dos mesmos à Federação Portuguesa de Futebol e Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
“O único comentário que tudo isto me merece é que a serem verdade estas suspeitas, quando já é mau haver suspeitas, o futebol português está doente. Estou triste pelo futebol, mas muito tranquilo, e a única coisa que se pretende é que as autoridades investiguem e seja apurada a verdade”, concluiu o dirigente.
A equipa de arbitragem chefiada por Hélder Malheiro, de Lisboa, teve dificuldades de deixar as instalações do Freamunde, face aos protestos dos adeptos, desagradados com três golos invalidados à equipa e alguns lances duvidosos na área.
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