A equipa das ‘quinas’ derrotou, nas meias-finais, a congénere do Cazaquistão nas grandes penalidades, por 4-3, após 2-2 no fim do prolongamento, marcando encontro com a Argentina, atual detentora do título, que eliminou o Brasil.
“É, sem dúvida, a maior final da minha vida e carreira. É a única final que ainda não tinha jogado. Seria a cereja no topo do bolo, mas não vamos jogar sozinhos. Vamos jogar contra a atual campeã do mundo. Somos os atuais campeões da Europa e vamos tentar, acima de tudo, desfrutar deste jogo e levar este troféu para Portugal”, afirmou.
Tendo dito já por diversas vezes que este seria o seu último Mundial, após participar nas três anteriores edições, mais cinco Europeus, o último dos quais com vitória lusa, Ricardinho, de 36 anos, quer agora que Portugal continue “a fazer história”.
“Sobretudo, estamos contentes porque é algo histórico para nós. Já estamos a fazer história, mas, agora, temos de ir em busca da glória. Já que estamos aqui, queremos um objetivo mais além”, sublinhou o seis vezes melhor do mundo (2010 e 2014 a 2018).
Contudo, Ricardinho revelou que “ainda está por decidir” se será o seu último grande evento, com o próximo Europeu a realizar-se em janeiro de 2022, nos Países Baixos, mas pediu “uma despedida em grande”.
“Esta seleção tem tido uma evolução muito grande e temos demonstrado dentro de campo que já merecíamos uma final destas”, frisou o ex-jogador do Benfica.
Campeão europeu em título e na discussão pelo Mundial, Ricardinho considerou que Portugal tem “mostrado nos próprios clubes que o trabalho tem sido bem feito e que a formação tem dado cada vez mais jogadores a esta seleção, como se vê pela média de idades deste grupo”, onde a maioria, no entanto, “já está habituada a jogar finais”.
“Pode haver aquele nervoso miudinho e passar mil e uma coisas pela cabeça, mas queremos muito fazer história. Não adianta ter medo de jogar, pois todos pagavam para estar no nosso lugar. Conquistámos isso a pulso e agora é desfrutar, dar o melhor e que, no fim, sejamos nós a sorrir”, ressalvou o jogador dos franceses do ACCS Paris.
Se conquistar o Europeu foi como “tocar o céu”, como Ricardinho foi dizendo desde esse feito, o ala português não sabe “se há outras palavras” que possam adjetivar um possível triunfo no Mundial, expressando que “só hoje é que começou a cair a ficha”.
A regressar depois de uma lesão grave que o afastou das ‘arenas’ durante seis meses, o internacional português sabe que “as pessoas estão sempre à espera de um ‘cabrito’, de uma ‘cueca’ ou um golo de bicicleta”, mas explicou que “o Ricardinho que veio para este Mundial sabia que essas coisas tinham 10% de possibilidades de acontecerem”.
“Sabia que não ia chegar nas minhas melhores condições, em termos de dribles e de confiança, mas que ia estar disponível e a conseguir ajudar com a minha experiência, os meus passes, a visão de jogo e o respeito que os adversários têm por mim. Estou a jogar com menos um tendão, é a mesma coisa que andar de bicicleta com menos uma roda. É óbvio que todos estão habituados a que seja seis vezes o melhor do mundo e que ganhe finais sozinho muitas vezes, mas temos de nos adaptar. Mais do que nunca, esta seleção adaptou-se e nunca foi só o Ricardinho. É a seleção de Portugal”, indicou.
Ricardinho apelou ainda para que os portugueses continuem a apoiar e a acreditar na seleção “até ao fim”, pois a equipa pretende “dar ainda mais brilho ao apoio que têm dado”, e deixou um último aviso em relação ao ‘ritmo’ com que se pode fazer a festa: “Podemos dançar o tango, desde que, no final, toque o fado, sem problema nenhum”.
A final do Mundial de futsal, entre Portugal e Argentina, disputa-se domingo, às 20:00 locais (18:00 em Lisboa), na Zalgiris Arena, em Kaunas, na Lituânia, após Brasil e Cazaquistão decidirem o terceiro e o quarto lugar do torneio, a partir das 18:00 (16:00 em Lisboa).
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