Antes de se iniciar o jogo em Orlando, os jogadores das duas equipas, do Orlando City e do Inter Miami, cujo proprietário é David Beckham, ajoelharam-se no círculo do meio-campo, rodeados nas faixas laterais por outros, estes de camisolas e luvas pretas.
No centro do terreno, os titulares imitaram o gesto de Colin Kaepernick, quando em 2016 se começou a ajoelhar no futebol americano (NFL), em protesto contra a discriminação racial, e nas faixas laterais e no fundo outros, de várias equipas da MLS, de luvas negras, cerraram o punho e envergaram camisolas com inscrições como “silêncio é violência” ou “negro com orgulho”.
Um gesto carregado de simbolismo, que replicou também o dos americanos Tommie Smith e John Carlos, medalha de ouro e bronze nos 200 metros dos Jogos Olímpicos de 1968, que quando subiram ao pódio fizeram a mesma saudação, no ano da morte de Martin Luther King.
Os protestos contra a discriminação racial já tinha acontecido nas Ligas inglesa ou alemã, mais de um mês após a morte do afro-americano George Floyd, pressionado mais de oito minutos no pescoço pelo joelho de um polícia, mesmo depois de dizer que não conseguia respirar.
Antes do jogo ter início foram exatamente oito minutos e 46 segundos o tempo de protesto dos jogadores, o mesmo que George Floyd esteve imobilizado pelo polícia Derek Chauvin, que é acusado de homicídio.
Na quarta-feira à noite, no Complexo da Walt Disney, para onde foi ‘transferida’ uma remodelada MLS, Nani foi a ‘estrela’ da noite, pelo que jogou e deu a jogar, garantindo os primeiros três pontos para a sua equipa.
A perder por 1-0, após golo de Agudelo, aos 47 minutos, Nani provocou a ‘cambalhota’ no marcador, ao assistir Chris Mueller aos 70, e a marcar ele próprio o 2-1, aos 90+7, numa jogada que acabou por concluir, depois de a iniciar.
O outro jogo previsto para quarta-feira à noite, entre Nashville FC e Chicago Fire, já tinha sido adiado, depois de cinco jogadores do Nashville terem acusado na terça-feira positivo à covid-19, número que, entretanto, subiu a nove.
A pandemia tem ameaçado a retoma da MLS, já depois de na segunda-feira o FC Dallas se retirar da competição, antes de a mesma reiniciar no novo formato, com a confirmação de 10 casos no plantel.
“A ideia é detetar as infeções à chegada a Orlando. Foi o que se passou com o Dallas e com Nashville. Temos trabalhado em estreita colaboração com os médicos e temos reunido com eles”, disse o comissário Don Garber à ESPN.
A competição, que foi suspensa em março devido à covid-19, arranca com seis grupos que apuram os dois primeiros e os três terceiros mais bem classificados para uma fase a eliminar: oitavos de final, quartos de final, meias-finais e final.
O torneio decorre entre 08 de julho e 11 de agosto, data prevista para a final.
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