James Harden nos Clippers: "Deixa de ter qualquer tipo de desculpa"

Este artigo tem mais de um ano
Neste episódio do Bola ao Ar, podcast sobre NBA, o João Dinis e o Ricardo Brito Reis falam sobre a troca que leva Harden para os Clippers e comentam algumas reações exageradas à primeira semana da temporada regular da melhor liga de basquetebol do mundo.
James Harden nos Clippers:

A novela chegou finalmente ao fim: James Harden, jogador mais valioso (MVP) em 2017/18, vai rumar aos Los Angeles Clippers, como pretendia, deixando os Philadelphia 76ers, numa troca que envolveu vários jogadores.

Filme da troca

  • Sixers enviam Harden, PJ Tucker e Filip Petrusev para LA;
  • Sixers recebem Marcus Morris, Nic Batum, Covington, KJ Martin;
  • Sixers ficam também com: uma escolha de primeira ronda via Oklahoma City Thunder em 2026, uma escolha de primeira ronda via Clippers em 2028; duas escolhas de segunda ronda, e uma pick swap.

O que significa a troca para os Clippers, o próprio Harden e os Sixers?

Mas será que James Harden chega a onde queria para melhorar o plantel e fazer do conjunto de LA um sério candidato ao título ou vai piorar a química da equipa — que até começou bem? Ricardo Brito Reis diz que vai depender do boletim clínico dos Clippers.

"Se James Harden for o terceiro melhor ativo [a seguir a Paul George e Kawhi Leonard] da equipa, se calhar podem ser um sério candidato ao título. Se é o terceiro melhor jogador no papel, mas depois na verdade vai ter de ser todas as noites o primeiro ou segundo jogador mais importante, se calhar não são assim tão candidatos ao título", diz o anfitrião do Bola ao Ar, que frisa que é uma época de "tudo ou nada" porque os Clippers conseguiram exatamente o "que queriam".

Ricardo Brito Reis lembra que James Harden como figura principal "nunca deu" para chegar longe nos playoffs, como segunda estrela também "já se percebeu que não dava mesmo jogando ao lado do MVP", e que agora vai experimentar um papel em que tem de ser apenas a terceira figura e não tem de marcar pontos, apenas "pôr a equipa a jogar". Portanto, agora "deixa de ter qualquer tipo de desculpa" — porque vai ter um player coach que vai ter mais paciência para as suas famosas idas a "Houston quando estiver mais infeliz" e vai ter duas estrelas a seu lado que vão retirar-lhe "a responsabilidade de marcar 20 ou 30 pontos todas as noites".

Noutra nota, o comentador destaca ainda que os Clippers conseguiram manter Norman Powell e Terance Mann nas suas fileiras, elementos que se falava interessar a Daryl Morey, Diretor de Operações dos Sixers.

Se tudo isto quer dizer que os adeptos dos Sixers estão contentes com a troca? Muitos não estão, mas Ricardo Brito Reis diz não saber se os adeptos entendem "todas as questões que estão aqui envolvidas". Por isso, relembra que o "histórico dos últimos 3, 4 anos" fez com que James Harden perdesse muito do seu valor de mercado. Ainda assim, realça que as picks são o fator mais relevante da troca e considera que é "interessante" os Sixers terem conseguido juntá-las no negócio.

Reações exageradas à primeira semana de NBA

  • Cam Thomas vai vencer o prémio de Most Improved Player?

Quando parecia que Mikal Bridges iria ser a principal referência ofensiva dos Nets (sem talvez ter esse perfil), é o jovem extremo nascido no Japão que está com uma média de 33 pontos por jogo.

"Cam Thomas parecia um leão enjaulado. Abriram-lhe a porta e agora pode soltar toda a sua fúria. É um daqueles jogadores que só tem olhos para o cesto", diz Ricardo Brito Reis, pelo que não se admira que a reação exagerada de João Dinis - de que vai acabar a época com uma média superior a 20 pontos - se concretize.

  • Scoot Henderson não é tão bom quanto o pintam?

Os primeiros três jogos da temporada regular foram uma Welcome to the NBA gigante para Scoot, a terceira escolha do Draft, o que mostra bem a diferença que existe entre G-League e a NBA. É só olhar para os números: 8 pontos, 3 ressaltos e 4 assistências de média, a lançar 33% de campo e 5% (!) de 3 pontos (quase 5 tentativas por jogo).

Ricardo Brito Reis, de resto, não tem gostado das exibições. "Está muito nervoso ainda. Ele quer roubar as bolas todas, faz muitas faltas muito cedo, coloca-se em problemas de faltas. E não tem lançamento de três pontos, o que é um problema". No entanto, a amostra é muito pequena e uns minutos de rotação com os veteranos podem ajudar o jovem de 19 anos.

  • Luka Doncic vai ser o 4.º estrangeiro seguido a ser MVP da NBA?

O esloveno entrou com o pé direito na liga e fez três jogos vistosos, que muito contribuíram para o estatuto invencível dos Mavericks (os Celtics e Nuggets são os outros conjuntos que ainda não perderam). A estatística, ainda que a amostra seja pequena, assusta: está com médias de 39 pontos, 12 ressaltos e 10 assistências.

"Ele está a apresentar-se a um nível que fica difícil defende-lo. Relembro que ele no primeiro jogo, no final, marcou quatro triplos seguidos, um deles só com uma mão. E não dá para defender ninguém assim", remata João Dinis.

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