VENCEDORES: Dallas Mavericks (e Luka Dončić)
Os Dallas Mavericks tinham apenas a 5.ª escolha do draft, mas sabiam que os Atlanta Hawks (3.ª escolha) valorizavam muito o base Trae Young. A troca de posições entre as duas equipas, adocicada pela adição de uma futura escolha de draft para os Hawks, permitiu aos texanos agarrarem o prodígio esloveno de 19 anos, depois de Phoenix Suns e Sacramento Kings terem apostado as respectivas fichas em DeAndre Ayton e Marvin Bagley III. Apontado como provável primeira escolha, Dončić aterra em Dallas, onde será treinado por uma das grandes mentes do jogo, Rick Carlisle, e terá o alemão Dirk Nowitzki, uma das maiores lendas da história do basquetebol, como mentor. Também o "Wonder Boy" é um dos grandes vencedores da noite.
DERROTADOS: Atlanta Hawks (e Dennis Schröder)
Os Hawks estão em modo de reconstrução e decidiram abdicar de um talento geracional chamado Luka Dončić. É verdade que há dúvidas sobre a capacidade de adaptação do esloveno à liga norte-americana e é verdade que Trae Young tem um potencial que lhe tem valido comparações com Steph Curry, mas deixar fugir Dončić parece, pelo menos para já, uma má opção. Entretanto, o base germânico Dennis Schröder sai igualmente derrotado desta noite de draft, pois, com a escolha de Trae Young, a sua continuidade em Atlanta é cada vez menos uma certeza.
VENCEDORES: Phoenix Suns
Só o facto de os Suns terem a primeira escolha de draft já os fazia vencedores. A liberdade de escolher qualquer jogador, sem restrições, é preciosa e um "tiro" certeiro pode ser sinónimo de uma melhoria significativa de uma equipa nos próximos (muitos) anos. O poste DeAndre Ayton é uma força da natureza e vai ter um impacto imediato na NBA, mas os Suns conseguiram ainda acrescentar Mikal Bridges, 10.ª escolha pelos Philadelphia 76ers, numa troca que levou o base Zhaire Smith (16.ª escolha) a fazer o percurso contrário. Com Devin Booker, Mikal Bridges, Josh Jackson e DeAndre Ayton, o novo treinador dos Suns, Igor Kokoškov, só tem que inventar um base para ter à sua disposição um dos cincos mais promissores da liga.
DERROTADA: Mãe de Mikal Bridges
A mãe de Mikal Bridges saltou, gritou e chorou quando o comissário da NBA, Adam Silver, anunciou que os 76ers tinham escolhido o filho na 10.ª posição do draft. É que a senhora trabalha no departamento de Recursos Humanos de uma empresa ligada à formação de Philadelphia e poder acompanhar de perto o seu rebento encheu-a de alegria. Mas a alegria durou pouco. Ainda Mikal estava a dar as primeiras entrevistas, salientando a felicidade de poder iniciar a carreira profissional perto da progenitora, e logo surgiu a notícia da troca que o levaria rumo ao Arizona para se juntar aos Phoenix Suns. A esta hora, a mamã Bridges ainda deve estar a chorar. De tristeza.
VENCEDOR: Mikal Bridges
Alvo de partidas por ser rookie e por ter que lidar com a mãe todos os dias?! Que alívio, Mikal!
DERROTADO: Markelle Fultz
Com a troca entre Suns e 76ers, o conjunto onde brilham Joel Embiid e Ben Simmons ficou com um base, o já referido Zhaire Smith. Depois, usaram a 26.ª escolha para elegerem... mais um base: Landry Shamet. Com Simmons, Smith e Shamet, o espaço fica ainda mais curto para Markelle Fultz, 1.ª escolha do draft do ano passado, mas limitado a apenas 17 partidas (14 na fase regular e três nos playoffs) devido a uma das lesões mais estranhas de que há memória. Terá Fultz futuro em Phila?
VENCEDOR: Kevin Knox
O extremo oriundo da Universidade de Kentucky foi escolhido pelos New York Knicks na 9.ª posição. E é um vencedor porque vai jogar em Nova Iorque, num grande mercado, ao serviço de uma das equipas históricas da NBA, ao lado de "estrelas" como Kristaps Porziņģis? Também, mas não só. Knox é um vencedor porque, quando Adam Silver anunciou o seu nome, foi vaiado pelo mesmo miúdo que tinha apupado a escolha de Porziņģis no draft de 2015. Todos sabemos como Porziņģis se está a dar na liga, ao ponto desse mesmo miúdo já ter pedido desculpas ao letão. O apupo a Knox só pode ser um bom prenúncio.
DERROTADO: Michael Porter Jr.
Projetado no início da temporada universitária como provável primeira escolha deste draft, Porter Jr. falhou quase toda a época devido a lesão (realizou apenas três jogos), cancelou treinos com equipas da NBA devido a dores nas ancas e nas costas, e os relatórios médicos assustaram. Assustaram treze equipas, pelo menos. O antigo jogador da Universidade de Missouri caiu até à 14.ª posição, altura em que os Denver Nuggets o selecionaram, numa aposta de risco, mas que pode vir a revelar-se acertada se se mantiver a salvo dos problemas físicos. O céu é o limite para Michael Porter Jr., mas, como o próprio diz, ele vai de escadas.
VENCEDOR: Joel Embiid e, sobretudo, Adrian Wojnarowski
O Twitter esteve mais "on fire" na última noite que a mão direita de Kevin Durant nas Finais. Um dos mais ativos foi - claro! - Joel Embiid, que fez questão de receber DeAndre Ayton com um mimo especial.
Mas o maior vencedor foi o jornalista Adrian Wojnarowski, agora a colaborar com a ESPN, que transmitiu o draft em direto. Woj, conhecido pelos "furos" jornalísticos e por anunciar as escolhas antes de estas acontecerem, estava impedido de tweetar sobre o tema. Ou, pelo menos, de dar como garantidas as escolhas. Mas isso não o coibiu de soltar as chamadas "Woj bombs". Sem dar certezas, lá saíram as tendências das escolhas das equipas e, curiosamente, Woj acertou em todas. A forma inventiva como as "anunciou" tornou este draft um dos mais divertidos de sempre.
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