As últimas horas em Portugal do ciclista da Movistar antes de entrar no voo para a capital dinamarquesa foram vividos em ritmo de contrarrelógio, a especialidade na qual é um dos melhores do mundo: ‘vítima’ do surto que dizimou a Volta à Suíça, cumpriu escrupulosamente os dias de isolamento, mas, ‘obrigado’ pelas regras da União Ciclista Internacional a fazer teste de despistagem à covid-19 para estar no Tour, viu-se por momentos afastado da 109.ª edição.

“Infelizmente, depois da Volta à Suíça, detetaram-me a covid-19, embora sem grandes sintomas. Estou totalmente recuperado, já dei negativo no antigénio, o que me vai permitir estar na Volta a França. Esta semana andava um pouco preocupado, porque não sabia se ia recuperar a tempo, mas felizmente está tudo bem”, congratulou-se, em declarações à agência Lusa.

Superada a ‘barreira’ burocrática — precisava de um teste negativo para poder embarcar para Copenhaga, onde na sexta-feira arranca a ‘Grande Boucle’ -, o português da Movistar pode, finalmente, desfrutar da honra que é estar pela sexta vez no Tour.

“Claro que ainda fico entusiasmado. É sempre bom estar na melhor prova do mundo. Como é o Tour, fico sempre contente, ainda mais porque é um objetivo grande da equipa. E, no meu caso, acaba por ser também um objetivo, ano após ano, estar presente no maior evento do mundo”, confessou à Lusa.

Ausente no ano passado, por ter optado por “preparar bem” a presença nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, ‘Nelsinho’ assume que “é bom estar de regresso” à prova de eleição do pelotão, naquela que será a sua 16.ª participação numa grande Volta.

“Pois, acho que sim”, respondeu, a rir-se, quando questionado sobre se é um veterano nestas ‘andanças’. “Já tenho algumas grandes Voltas nas pernas, já começo a ser um veterano, até porque tenho 33 anos. Espero que ainda me faltem mais alguns anos neste mundo [do ciclismo] e mais grandes Voltas”, pontuou.

Invariavelmente, como em todas as presenças anteriores, Oliveira estará na ‘Grande Boucle’ a trabalhar para outros, uma missão que, ainda assim, deixa espaço ao sonho de voltar a erguer os braços numa ‘grande’, como aconteceu em 2015, quando venceu uma etapa na Volta a Espanha.

“Eu sou um gregário e o meu objetivo será sempre o da equipa. Quando calha um Tour e temos um líder para trabalhar, temos de trabalhar para ele. Não há outra versão. É óbvio que se a equipa me der a oportunidade de entrar numa fuga, e certamente haverá essa oportunidade, [vou] tentar disputar uma vitória em etapa como todos os anos. Mas sabemos que o Tour é difícil, não é fácil chegar a esse objetivo, mas estamos lá e impossível não é”, notou.

Com a equipa centrada em Enric Mas, o espanhol que nas últimas duas edições foi quinto (2020) e sexto (2021) na geral final, o experiente português vai tentar ajudar o seu chefe de fila a chegar ao pódio.

“Ele tem andado perto dos três primeiros. Infelizmente, até agora não teve muita sorte nas corridas em que participou, devido a quedas, mas esperemos que este ano seja diferente”, disse, relevando que “a equipa também terá em mente ganhar etapas”.

Apesar do domínio avassalador de Tadej Pogacar (UAE Emirates) nas últimas duas edições, o corredor de Vilarinho do Bairro (Anadia) considera que o jovem esloveno, de 23 anos, pode ser ‘destronado’.

“Ninguém é imbatível. Um Tour são 21 etapas, nem sempre o corpo está bem, e pode ser que ele tenha uma quebra. E há outros candidatos que lhe vão dar muita ‘tareia'”, previu, notando que até o percurso “bastante seletivo” desta edição pode ajudar nessa tarefa.

Para Oliveira, a primeira semana “provavelmente” será decisiva neste Tour, que arranca na sexta-feira em Copenhaga, na Dinamarca, e termina em 24 de julho, em Paris.

“Com a partida na Dinamarca, vai haver etapas em que vamos ter vento lateral e isso pode pôr em apuros alguns líderes. O próprio stress dos primeiros dias do Tour, que há sempre, também pode ter uma palavra a dizer, assim como o pavé [quinta etapa]. É preciso não ter nenhum azar para que as coisas corram bem no final do dia”, sustentou.

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