A todo o gás. Foi assim que o dérbi da Luz teve início, com Salin a revelar-se protagonista do lado dos leões logo nos primeiros minutos. Duas defesas a cabeceamentos de Ruben Dias e uma a remate de Cervi fizeram do guardião francês, que comprometeu no jogo da jornada passada contra o Vitória de Setúbal, o principal destaque da equipa comandada por José Peseiro.

O técnico dos leões, de resto, tentou surpreender Rui Vitória colocando Acuña no centro do terreno (ao lado de Battaglia e Bruno Fernandes) e lançando Raphinha, que se revelou um dos elementos mais perigosos dos leões no primeiro tempo. A estratégia de Peseiro parecia passar por condicionar a saída de bola das águias (Battaglia, supostamente o jogador mais recuado do meio-campo leonino, chegou a estar a pressionar elementos benfiquistas a meio do meio-campo encarnado) mas a verdade é que só a espaços isso foi conseguido.

E as estatísticas da primeira metade mostram isso mesmo.

O Benfica teve mais bola, mais remates, mais cantos, mais oportunidades de golo. Mas não conseguiu marcar (e até podia ter visto o Sporting adiantar-se por intermédio de Montero ou Acuña, com remates dentro e fora da área, respetivamente).

Gedson foi um dos destaques dos encarnados, revelando-se o motor do meio-campo das águias e também um dos elementos mais “castigados” com faltas. A dureza foi, de resto, um dos principais adjetivos para caracterizar a primeira metade. Para além das 19 faltas assinaladas, o jogo sentia-se (nas bancadas e, provavelmente, no relvado) ríspido. Que o diga, por exemplo, Cervi, que foi para os balneários de cabeça ligada após entrada de Ristovski que lhe feriu o sobrolho.

No reatamento o jogo não foi diferente. O Benfica entrou por cima, com mais bola, criou perigo com um remate cruzado de Cervi que passou a rasgar o poste e outro de Pizzi para outra (mais uma!) grande defesa de Salin, mas a verdade é que foi o Sporting que se adiantou. Um cruzamento da direita do ataque leonino originou um penálti de Ruben Dias sobre Montero, que Nani não desperdiçou. Os leões estavam na frente aos 60 minutos, sendo que nos primeiros minutos da segunda parte praticamente não tinham ainda criado perigo para a baliza benfiquista.



O golo não galvanizou os leões e pareceu atiçar ainda mais as águias. Salin brilhou novamente, a remates de Zivkovic (entretanto entrado para o lugar de Cervi) e Rafa, até que Rui Vitória lançou Seferovic e João Félix, numa aposta que se revelou acertada. Os 18 anos de Félix não se notaram e foi da sua cabeça que surgiu o empate no dérbi, que o Benfica fez por merecer. A cruzamento de Rafa, o jovem português respondeu com um cabeceamento como mandam as regras, batendo Salin que foi fazendo o que podia para evitar as investidas benfiquistas.

Até final, o Benfica continuou a carregar (Grimaldo de livre obrigou Salin e nova defesa e Fejsa atirou para as "nuvens" na sequência de um canto) e o Sporting, com uma segunda parte bem menos conseguida que a primeira no capítulo ofensivo (apesar do golo marcado), defendeu-se como pôde.

Num dérbi que o Benfica dominou, o Sporting acabou por ser mais feliz e contar com um super-Salin, que manteve a baliza dos leões inviolável até ao cabeceamento de João Félix.

Águias e leões têm agora 7 pontos no campeonato e podem ver o FC Porto fugir, caso os dragões batam o Vitória de Guimarães num jogo que começou no final do dérbi.