Na despedida dos Jogos, os segundos que organizaram depois de 1964, os japoneses mostraram, sem a espetacularidade de outras cerimónias de encerramento, o que Tóquio quis ser para todos os atletas paralímpicos: uma cidade onde as diferenças brilham.
Com o imperador Naruhito na tribuna do estádio, uma cidade colorida foi-se construindo no centro da festa, enquanto as bandeiras de todos os países participantes iam desfilando e colorindo um espaço, no qual o público voltou a ser o grande ausente, como aconteceu nas competições, devido à pandemia de covid-19.
A bandeira portuguesa, transportada pelo canoísta Norberto Mourão, medalha de bronze nos 200 metros VL2, foi a 77.ª a entrar, num desfile que juntou representantes de 166 delegações, e que começou com a equipa de refugiados, que competem sob a bandeira paralímpica.
No adeus a Tóquio, onde esteve içada desde 24 de agosto, a bandeira paralímpica passou das mãos de Koike Yuriko, governador de Tóquio, para Andrew Parsons, o líder do Comité Paralímpico Internacional (IPC), que a entregou a Anne Hidalgo, a presidente da câmara de Paris.
Seiko Hashimoto, a presidente do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, lembrou o lema das duas competições, que se baseou na mudança que o desporto pode fazer no mundo e no futuro, e manifestou o desejo de que a mensagem de Tóquio2020 seja “uma esperança e uma luz” para as futuras gerações.
O presidente do IPC, o brasileiro Andrew Parsons, agradeceu a todos quantos tornaram possível o evento, adiado por um ano devido à pandemia de covid-19 e voltou a lembrar o compromisso do organismo com o movimento #WeThe15, que tem como objetivo transformar a vida de 1,2 mil milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, que representam 15% da população mundial.
“Devemos comprometermo-nos todos para sermos a força de mudança, que derruba barreiras e faz a diferença. Juntos podemos mudar a vida de 15% da população mundial”, disse o presidente do IPC, deixando um pedido: “Juntem-se a nós no movimento #WeThe15.”
A França “agarrou” os Jogos de 2024, mostrando imagens de Paris e de atletas em competição, num vídeo passado nos écrans do estádio, que, como não podia deixar de ser, fechou com a bandeira com o logótipo dos próximos Jogos, colocada no alto da Torre Eiffel.
A pira desenhada pelo canadiano educado em Tóquio Oki Sato, que já tinha iluminado os Jogos Olímpicos, fechou-se ao som de canção "What a wonderful world", e a chama paralímpica voltará a brilhar em 2024 em Paris, numa olimpíada que durará apenas três anos, devido à pandemia de covid-19.
Portugal, que esteve representado por 33 atletas de oito modalidades, sai de Tóquio com duas medalhas de bronze e 23 diplomas, ocupando o 77.º lugar num ‘medalheiro’ liderado pela China.
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