"A operação está a decorrer do nosso ponto de vista dentro de perfeitas condições de normalidade", afirmou a presidente da CMVM, Gabriela Figueiredo Dias, quando questionada sobre a Oferta Pública de Aquisição (OPA), durante um encontro de apresentação das prioridades do órgão supervisor para 2020, na sede, em Lisboa.
A OPA parcial sobre 28% do capital da SAD, lançada em 18 de novembro, implica um investimento na ordem dos 32 milhões de euros e, caso seja bem sucedida, pode reforçar a posição da Benfica SGPS para até 95% do capital da entidade que está cotada na bolsa de Lisboa.
"A CMVM, durante um processo desta natureza, interage com o proponente, aquele que se propõe a fazer a oferta", prosseguiu Gabriela Figueiredo Dias, referindo que "há aspetos de dimensões nesta operação que são muito específicos e que não têm comparável entre si em operações anteriores".
Por isso, "é preciso em relação a cada um desses aspetos obter toda a informação e todas as certezas que precisamos de ter" para que avance, acrescentou, quando questionada sobre a demora neste processo.
"Dito isto, do lado da CMVM, estamos dentro dos prazos, tempos absolutamente normais de resposta", garantiu a presidente do Conselho de Administração da entidade.
Por sua vez, o administrador da CMVM João Gião apontou que esta operação tem "aspetos particulares" que tornam a oferta "um pouco diferente das anteriores".
Sublinhou que esta é "uma operação que está em fase de análise, perto do fim", e que se tratam de "tempos normais", concluiu.
A última avaliação publicada pela consultora KPMG, em maio último, avalia a SAD 'encarnada' em 334 milhões de euros (montante que resulta da média da avaliação de três épocas, entre 2015/16 e 2017/18), enquanto a oferta de 32 milhões de euros por 28% que está agora em cima da mesa avalia a Benfica SAD em 115 milhões de euros.
O anúncio preliminar de lançamento da OPA da Sport Lisboa e Benfica (SLB) SGPS sobre 28,067% do capital da sociedade apontava para a aquisição de 6.455.434 ações de categoria B, ao preço de cinco euros por ação, no valor máximo de 32,28 milhões de euros.
O preço de cinco euros por ação visa assegurar que os acionistas que adquiriram ações em 2001, na altura da entrada das ações em bolsa, possam vendê-las nesta OPA a um valor nominal semelhante ao então verificado.
O capital da Benfica SAD é composto por 23 milhões de ações, sendo 9,2 milhões de categoria A e 13,8 milhões de categoria B, e é sobre estas últimas que a OPA incide.
A SLB SGPS detém 9,2 milhões ações de categoria A, correspondentes a 40% do capital social da SAD do Benfica, sendo ainda titular de 5,4 milhões de ações da categoria B, representativas de 23,6496% do capital da sociedade.
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