Djibrilo Iafa (B1), que se estreou em competições paralímpicas, perdeu o primeiro combate por ‘ippon’ com o georgiano Giorgi Kaldani (B2), mas acabou por ser repescado.
No Nippon Budokan, onde Jorge Fonseca conquistou em 29 de julho passado o bronze olímpico nos -100 kg, Djibrilo Iafa foi derrotado no segundo combate pelo ucraniano Ruffat Mahomedov (B3), também por ‘ippon’.
Djibrilo Iafa, de 29 anos, repetiu assim o nono lugar conseguido por Miguel Vieira nos Jogos Rio2016, na edição que marcou a estreia de Portugal em competições paralímpicas de judo.
“Sinto-me um privilegiado por estar aqui, trabalhei muito para poder chegar a estes Jogos, estou muito agradecido a todos os que me apoiaram”, disse o atleta, após a participação no torneio paralímpico de judo da categoria -73 kg, que terminou na nona posição.
O judoca, do Clube Judo Total, admitiu não ter conseguido o objetivo, depois de ter perdido os dois combates. “Não me conformo em chegar e participar, vim com o objetivo de ganhar algo, não foi possível”, afirmou o judoca, 15.º classificado do ‘ranking’ mundial.
Aos 29 anos, Djibrilo Iafa assume que a sua estreia em Jogos Paralímpicos lhe proporcionou uma experiência única e ensinamentos para o futuro: “A conclusão que tiro daqui é que tenho de continuar a trabalhar para conseguir os meus objetivos, e vou levar esta experiência para a vida”.
No judo para cegos, os atletas são agrupados por peso e não por grau de deficiência, o que faz com que Djibrilo Iafa compita com adversários com alguma visão, situação que lhe traz alguma desvantagem.
“Quando não vemos, temos menos noção do espaço. Se o meu adversário começa a mover-se muito da esquerda para a direita tenho de posicionar-me primeiro para fazer o meu judo. Se isso não acontecer, fica muito difícil impor o meu judo”, afirmou.
O judoca luso-guineense lembrou que a qualificação foi difícil: “Em cada categoria só se qualificavam os 12 primeiros, não foi fácil, até porque não houve muitas competições nos últimos tempos”.
Djibrilo Iafa confessou que o judo ocupa um lugar muito importante na sua vida e garantiu: “Faço judo não só para competir, mas para poder fazer o meu dia a dia”.
“Levo comigo diariamente os valores que aprendo no ‘tatami’: como lidar com os outros e respeitar o espaço onde estamos e tudo o que nos rodeia. O judo ensino tudo isto, tanto no treino como em competição”.
Desde o Nippon Budokan, onde o amigo Jorge Fonseca conquistou o bronze olímpico nos -100 kg em 29 de julho passado, Djibrilo lançou a candidatura aos Jogos Paris2024.
“Desde aqui lanço a minha candidatura a Paris2024, prometo a todos os que apoiam, família e amigos, que vou dar tudo para poder lá estar”, disse.
No judo adaptado, os atletas competem divididos por categoria de peso, independentemente do grau de visão, sendo que os judocas da classe B1, da qual faz parte Djibrilo Iafa, são os que têm a visão mais comprometida.
Portugal está representado nos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, que decorrem até 05 de setembro, por 33 atletas.
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