“Se vou ter tempo ou não para estar bem, só o tempo o dirá. Estou, neste momento, a lutar e a dar o meu melhor para conseguir, neste mês, estar a treinar a 100%, competir e ainda ter o sonho e a vontade de fazer um grande salto, que me permita ir a Paris”, sublinhou à agência Lusa a vice-campeã olímpica do triplo salto de Tóquio2020.
Ausente dos Campeonatos da Europa de atletismo, em Roma, que se realizam de 07 a 12 de junho, e com o período de qualificação para Paris2024 a fechar no final do mês, Mamona não tem ainda perspetiva de regresso, pois o foco está em “treinar a 100%”.
“Tenho de ser realista e dizer que há um grande risco de não conseguir fazer isso num espaço de tempo muito curto. Estou focada em meter-me bem e só quero sair desta situação. Ainda tenho muito para dar, tenho muita energia e, se conseguirmos resolver este problema, se não for neste mês, vai ser no segundo ou no terceiro. O importante é estar 100% bem, neste momento”, referiu a atleta do Sporting, de 35 anos de idade.
Considerando o processo de recuperação da lesão “um desafio mental”, que a atinge há vários meses, Patrícia Mamona apontou que o corpo “tem algumas dificuldades em recuperar” e, embora consiga treinar, para os Jogos é necessário estar sem limitações.
“Neste tempo todo, estivemos a combater sintomas. Conseguia treinar razoavelmente, mas não conseguia treinar a 100%. Para ir aos Jogos Olímpicos, é importante eu estar a 100%, pois o risco de lesão ainda é maior. Finalmente, conseguimos perceber qual era a razão de ter estes sintomas todos e agora estamos a atacar a razão”, salientou ainda.
Patrícia Mamona falou à margem de um evento organizado pelo Museu da Presidência da República, Comité Olímpico de Portugal, Comité Paralímpico de Portugal e diversas federações desportivas, de celebração do Dia Mundial da Criança, nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa.
“Quando comecei no atletismo, o que queria mais era ver os meus ídolos e referências, as Naide Gomes e os Nelson Évoras. Foram eles, de certa forma, que me motivaram e inspiraram a continuar nesta carreira do atletismo. Estar perto dos atletas e perceber que fizeram um caminho no desporto e conseguiram ter sucesso é uma forma também de inspirar e incentivar as crianças”, explicou a medalhada de prata de Tóquio2020, muito solicitada para fotografias.
Entre os presentes, estiveram as campeãs olímpicas Rosa Mota (Seul1988) e Fernanda Ribeiro (Atlanta1996), na maratona e 10.000 metros, respetivamente, o judoca Nuno Delgado, bronze em Sydney2000, o velocista Francis Obikwelu, prata em Atenas2004 nos 100 metros, Rui Silva, bronze nos 1.500 metros na Grécia ou o canoísta Emanuel Silva, prata no K2 1.000 metros em Londres2012, em dupla com Fernando Pimenta.
“Quando comecei a fazer triplo salto, infelizmente tive algumas palavras negativas e diziam que não tinha a parte genética de ser uma saltadora. Eu era muito nova e só queria fazer triplo salto, era o que mais gostava e onde sentia à-vontade. São crianças e têm de aproveitar a vida agora, pois quando forem mais velhos e o nível for maior, a responsabilidade vai ser muita, pois estão a representar um país e um clube. Quando são novos têm de fazer o que gostam, não é importante se é bem ou mal feito”, disse.
Entre as atividades que ocuparam os jardins do Palácio de Belém entre as 10:00 e as 19:00, incluíram-se a experimentação de modalidades olímpicas e paralímpicas, exibições gímnicas, desfile de mascotes das federações desportivas e conversas sobre desporto.
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