Marcado para a arena Mohegan Sun, em Uncasville, no estado do Connecticut, nos Estados Unidos, o duelo refere-se aos quartos de final do Grande Prémio Mundial Bellator, mas pode valer um feito inédito ao português de 25 anos, já que o circuito atribui logo o título a quem derrota o campeão – Freire, de 33, está nessa posição desde abril de 2017.
Na antecâmara de um combate que decide um título e que vai, por isso, ter um máximo de cinco assaltos de cinco minutos cada, ao invés dos três habituais, o lutador de Guimarães está convencido de que vai triunfar ao terceiro ’round’, tornando-se no “novo campeão do mundo” da categoria cujo limite máximo de peso é 65,8 quilogramas.
“Eu vejo este combate a acabar no terceiro ’round’. Nessa altura, já vou ter o ‘timing’ dele, já vou ter lido como é que ele está fisicamente e psicologicamente. Vou apenas ‘pegar nos pedaços’ que restam para ‘acabar’ com ele no terceiro ’round'”, disse, na antevisão ao evento da noite de quinta-feira, na costa leste norte-americana – madrugada de sexta-feira, no horário de Lisboa.
Pedro Carvalho frisa, aliás, que os “combates mais longos” assentam-lhe “bem”, com performances superiores “a partir do terceiro ’round'” face às dos dois primeiros, mas prometeu terminar a luta a seu favor no primeiro assalto, se assim tiver oportunidade.
O atleta luso reconheceu ainda a necessidade de impor o seu “ritmo” para ser bem sucedido frente a um adversário habituado a ditar a toada dos embates, com 30 vitórias em 34 lutas desde que entrou para o Bellator, em 2010.
“Os adversários, como o respeitam tanto, deixam que ele dite o ritmo dele no combate. Mas ele não está habituado a ter alguém à frente a impor o ritmo. Uma das coisas a fazer a diferença neste combate vai ser o facto de eu estar à frente dele e obrigá-lo a lutar ao meu ritmo”, observa.
O duelo entre o atleta minhoto e o lutador proveniente de Natal, capital do estado brasileiro de Rio Grande do Norte, estava inicialmente marcada para 13 de março de 2020, no mesmo local, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.
Vitorioso nas quatro lutas a contar para o Bellator desde 2018, Pedro Carvalho competiu pela última vez em 07 de setembro de 2019, quando derrotou o norte-americano Sam Sicília, mas, apesar do hiato, disse estar na “melhor forma física de sempre”, sendo um lutador mais “perigoso e inteligente” do que há oito meses.
Radicado na Irlanda desde 2017, Pedro Carvalho regressou a Portugal durante o confinamento, entre março e maio, tendo utilizado o saco de boxe instalado na garagem da casa dos sogros para treinar de “segunda a segunda”, controlando o peso e “amadurecendo psicologicamente”.
“Estive a treinar todos os dias, da melhor maneira que pude. O que importa não é quão duro o treino é, mas a consistência. Não tirei uma folga. Estive sempre a controlar o meu peso”, realça.
Habitualmente “focado nos treinos e na evolução” como lutador, o vimaranense admitiu que o tempo passado em Portugal lhe permitiu dar “100% da atenção à família”, algo que lhe costuma ser difícil.
Em caso de triunfo, Pedro Carvalho vai encontrar, nas meias-finais, o vencedor da luta entre o norte-americano Emmanuel Sánchez e o alemão Daniel Weichel, também agendada para quinta-feira, na arena Mohegan Sun.
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