Na sua primeira participação olímpica, na pista Ice River, em Yangqiing, o covilhanense, de 25 anos, conseguiu o objetivo de melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang2018 na disciplina.
Numa prova em que 40 dos 86 atletas não terminaram, Ricardo Brancal foi 46.º na primeira manga, com um tempo de 1.16,83 minutos, e foi mais lento e cauteloso na segunda descida, adiada devido à queda de neve, que fez em 1.20,57, somando 2.37,40 no conjunto das duas contagens.
A competição de esqui alpino foi arrebatada pelo líder do ‘ranking’ mundial, o suíço Marco Odermatt, que conquistou o primeiro título olímpico, seguido de perto pelo esloveno Zan Kranjec, medalha de prata, e o atual campeão do mundo, o francês Mathieu Faivre, que ganhou o bronze.
Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, tendo em conta o nível competitivo, e ambicionava superar o melhor lugar de Arthur Hanse, 38.º no slalom e 66.º no slalom gigante em PeyongChang2018, considerou que podia ter feito ainda melhor, mas salientou ser “um resultado muito bom para Portugal”.
O atleta, natural da Covilhã, que desde os 13 anos compete com as cores lusas, referiu a “pista muito difícil”, com más condições de visibilidade e partes muito geladas, que o fizeram não arriscar mais, para salvaguardar saídas de pista e a chegada ao final.
“O meu objetivo era terminar. Fisicamente, senti-me muito bem, seguro, sólido. Podia ter tirado três ou quatro segundos em cada manga, mas corria o risco de sair [de pista] e nos Jogos Olímpicos o que conta é ver a bandeira no resultado”, disse, no final da prova, Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.
O esquiador, que tem preferência pelo slalom, competição marcada para quarta-feira, afirmou que, tendo em conta ter hoje conseguido um 37.º lugar, “talvez arrisque um pouco mais” na disciplina em que se sente mais confortável.
“Eu nunca me senti tão bem fisicamente, fiz uma boa preparação. Tenho as condições necessárias para fazer uma boa prova, agora, é também preciso ter um bocado de sorte e as coisas saírem no dia, porque o slalom, ao mínimo erro, não perdoa”, frisou Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.
O chefe de missão, Pedro Farromba, salientou que “nunca antes um português tinha feito um resultado destes”, destacando que Vanina Oliveira, José Cabeça e Ricardo Brancal cumpriram o objetivo da comitiva de melhorar as classificações das anteriores edições, e afirmou-se “muito satisfeito” e com a obrigação de cumprir uma promessa.
“Agora, vamos desfrutar deste resultado antes do slalom. Tinha dito ao Ricardo que se ele melhorasse a classificação de Portugal, eu rapava a cabeça com uma lâmina… Vou ter de o fazer”, gracejou, em declarações à Lusa, o também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, Pedro Farromba.
Em Lillehammer1994, Georges Mendes cortou a meta no 31.º lugar no slalom, numa prova que contou com 40 atletas, mas Pedro Farromba destacou o resultado de hoje de Ricardo Brancal e recordou que “nessa altura as regras eram outras”.
Nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, que decorrem entre 04 e 20 de fevereiro, na China, Portugal está também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo.
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