“Tenho falado com o presidente [Vítor Murta] que não podemos perder ninguém. Hoje, até estamos bem, mas o campeonato é longo, há ciclos positivos e negativos e há que reunir um grupo forte, que saiba ultrapassar as dificuldades que enfrentamos. As equipas não conseguem manter sempre um nível alto. Por isso, esperamos que o mercado feche e se possa continuar com os que cá estão”, salientou o técnico, em conferência de imprensa.

O clube do Bessa começou a prova com duas vitórias e acompanha Sporting, FC Porto e Vitória de Guimarães no topo, ostentando mesmo uma melhor diferença de golos – sete golos marcados, contra três sofridos, mas continua impedido pela FIFA de registar novos jogadores, numa altura em que restam seis dias para o final da janela de transferências.

“Cobiça de outros clubes? Uma coisa é boa: é sinal que trabalhamos e que os jogadores vão evoluindo. Eu tenho de fazer o meu trabalho e ter a consciência tranquila. Tenho as minhas dificuldades em dormir, porque gostaria de ter um plantel ainda mais competitivo, mas este grupo é forte, dá-me alegria de levantar e de vir trabalhar com eles”, observou, face às propostas em torno de Bruno Onyemaechi, Sebastián Pérez ou Gaius Makouta.

O Boavista também tinha entrado a ganhar nas duas primeiras jornadas da última época, mas viu essa série ser quebrada pelo então recém-promovido Casa Pia à terceira ronda, procurando agora estrear-se com três êxitos seguidos pela primeira vez desde 1993/94.

“Dá-nos a humildade para sermos iguais a nós próprios e dá mérito aos atletas, que têm trabalhado dia a dia para crescermos como equipa e como grupo. Isso tem-se notado ao longo destas semanas. Já conhecemos o opositor da época passada, mas mudando um ou outro pormenor na sua forma de defender. Será um duelo equilibrado, mas queremos entrar fortes, ter bola e criar situações para darmos continuidade a um bom início. Agora, temos de manter os pés bem assentes na terra, porque só ganhámos dois jogos”, frisou.

Petit volta a contar com Bruno Lourenço, que esteve suspenso na goleada alcançada no terreno do Portimonense (4-1), e já viu o uruguaio Rodrigo Abascal e o francês Vincent Sasso, ambos defesas centrais, debelarem lesões e voltarem recentemente aos treinos.

“Desde que cheguei ao Boavista, nunca me agarrei às dificuldades, mas procurei arranjar soluções. O que podemos controlar é o grupo. Muitas vezes, não podemos olhar apenas para a parte de campo, mas também para o balneário. Fui jogador e pensava um pouco como eles pensam. Sou um treinador comunicativo e gosto de saber o que se passa com cada um deles para os ajudar. O nosso sucesso é a união na dificuldade. Com um grupo forte e coeso, vamos superando isso e temos dado boas respostas nos jogos”, terminou.

O Boavista, integrado no quarteto de líderes, com seis pontos, recebe o Casa Pia, oitavo, com três, no domingo, às 15:30, no Estádio do Bessa, no Porto, em encontro da terceira jornada da I Liga, com arbitragem de Bruno Costa, da associação de Viana do Castelo.