A decisão de contratar o antigo defesa do Manchester United foi questionada na semana passada, nomeadamente pela falta de experiência deste como treinador, na sequência das postagens que fez no ‘twitter’ há seis anos, consideradas sexistas e misóginas.
“O meu caráter resiste a qualquer acusação que me façam. Sempre tive uma postura reta na minha vida. Penso que sou respeitado no mundo do futebol”, disse Neville, procurando defender-se das críticas que sobre ele desabaram.
Questionado pela primeira vez sobre os ‘tweets’ que postou em 2011 e 2012, quando ainda era jogador do Everton, Neville reconheceu que "não são corretos hoje, nem naquela altura".
Num dos ‘twitters’, em 2012, chegou a escrever que as mulheres “deviam estar ocupadas a preparar o pequeno-almoço, s vestir as crianças e a fazer as camas em vez de estarem a assistir a críquete como os homens”.
No ano anterior, disse que as mulheres “sempre quiseram a igualdade até chegar à altura de pagar as contas”, enquanto noutro ‘tweet’ escreveu “relaxem, voltei mais calmo, acabei de bater na mulher. Sinto-me melhor agora”.
Neville tentou justificar este ‘tweet’ ao dizer que se estava a referir os jogos de ténis de mesa e de basquetebol que ganhou à mulher durante as férias, mas admitiu estar desapontado por ter usado uma linguagem que sugere violência doméstica.
“Não quis fazer piada com a violência doméstica”, asseverou Neville, de 41 anos, que assumiu o cargo de treinador da seleção número 3 do ‘ranking’ mundial feminino, tendo apenas uma experiência como adjunto da seleção de sub-21 de Inglaterra, em masculinos, do Manchester United e do Valência, desde que abandonou a carreira como jogador, em 2013.
Na sua opinião, este currículo é suficiente para desempenhar as atuais funções: “Treinei os melhores jogadores no futebol masculino, de topo mundial, e acredito que as jogadoras que integram a seleção inglesa também pertencem à elite do futebol. Para estarmos em terceiro lugar no ‘ranking’ mundial, penso que precisam de um treinador com a minha experiência”.
Phil Neville vai mesmo mais longe e considera que não pode estar mais qualificado para este trabalho e que os princípios que vê no futebol feminino e no futebol masculino “são muito parecidos”, acrescentando que a diferença entre ambos “está a encurtar”.
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