“Toda a gente viu que houve um treinador-adjunto que passou o jogo inteiro a provocar o nosso banco [de suplentes]. Se tivesse havido ação disciplinar sobre esse elemento, não teria havido mais nada. Agora, quando um elemento nosso se levanta, como aconteceu antes dessa confusão com o engenheiro Luís Gonçalves [administrador da SAD e vice-presidente FC Porto], leva logo [cartão] amarelo”, observou Jorge Nuno Pinto da Costa.
O dirigente falava aos jornalistas à saída dos Paços do Concelho, onde o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, recebeu a equipa campeã europeia de hóquei em patins, que reeditou este mês os êxitos obtidos pelo FC Porto em 1985/86 e 1989/90.
Pinto da Costa referia-se aos incidentes verificados nos derradeiros instantes da receção ao Casa Pia, que foram desencadeados na sequência do golo da reviravolta dos ‘dragões’, que foi selado por Danny Loader, aos 90+3 minutos, e exaltou os ânimos entre os dois bancos.
O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, fez um gesto polémico em direção ao banco adversário e teve uma acesa troca de palavras com Vasco Matos, adjunto dos ‘gansos’, altercação que se prolongou no relvado a seguir ao apito final do árbitro Manuel Oliveira.
“Esse senhor esteve no banco, insultou toda a gente, criou problemas e nem um amarelo levou. Aliás, o treinador do Casa Pia [Filipe Martins] até foi impecável e reconheceu isso. Enquanto forem permitidos estas cenas e comportamentos, não há possibilidades de [o futebol português] melhorar”, frisou Pinto da Costa, acerca de um tema que os técnicos principais de cada equipa desvalorizaram na conferência de imprensa posterior ao jogo.
Através da sua ‘newsletter’ diária, os campeões nacionais já tinham acusado hoje Vasco Matos de ter passado “todo o encontro a desafiar o banco” do FC Porto e denunciaram a “derrota do antijogo e das provocações gratuitas”, que manteve acesa a corrida ao título.
“O futebol português nunca pode progredir quando há quase 50% de jogo jogável. Em 90 minutos, parece que se jogaram 51 [houve 51,38% de tempo útil]. Enquanto for permitido isso e se virem cenas de jogadores que se atiram para o chão ao mínimo toque ou sem toque algum, acho que o futebol português não vai progredir. O que se pode fazer? Sou responsável pelo FC Porto. Infelizmente, não posso fazer nada nessa qualidade”, notou.
Pinto da Costa admitiu ainda que as penalizações aplicadas pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) “não são curtas” e exemplificou com os castigos aos técnicos principais, cuja ausência dos jogos também “afeta o próprio clube”.
O FC Porto repôs distâncias no segundo lugar do campeonato e soma 79 pontos, quatro abaixo do líder isolado Benfica e cinco acima do Sporting de Braga, terceiro classificado, estando a um empate de selar o acesso direto à edição 2023/24 da Liga dos Campeões.
O vencedor da 89.ª edição da I Liga pode ser definido já no próximo fim de semana, caso os ‘dragões’ percam o terreno do Famalicão, no sábado, às 20:30, ou, no dia seguinte, à mesma hora, as ‘águias’ vençam o rival lisboeta Sporting, quarto colocado, em Alvalade.
“[Está] Cada vez está mais difícil, de facto. Matematicamente ainda é possível, mas será muito difícil”, assumiu Jorge Nuno Pinto da Costa, numa tarde em que trocou lembranças com o presidente da Câmara Municipal do Porto pelo êxito europeu no hóquei em patins.
Em 07 de maio, na sua 15.ª presença no encontro decisivo da Liga dos Campeões, o FC Porto contrariou uma ‘malapata’ de 10 derrotas consecutivas, distribuídas por 33 anos, e impôs-se ao Valongo, por 5-1, no Pavilhão Municipal José Natário, em Viana do Castelo.
“Sempre que há grandes vitórias, esta casa [nos Paços do Concelho] está aberta para o FC Porto. Infelizmente, houve um interregno nessa postura, mas está tudo normalizado, temos as melhores relações e um orgulho grande por existir um autarca que defende a cidade em qualquer circunstância, o clube e tudo aquilo que pertence à cidade”, elogiou.
O nono troféu internacional arrebatado pelo FC Porto no hóquei em patins foi igualmente exaltado por Rui Moreira, que, durante a cerimónia, valorizou o “significado especial” da quebra do ‘jejum’ do clube na prova, após “33 anos de espera, mas não desesperantes”.
“O FC Porto é um dos históricos clubes da Europa pelos longos anos de atividade, pelo número de atletas em diferentes modalidades e, sobretudo, pelas conquistas europeias. Depois, é um dos maiores embaixadores do nome e da alma da cidade, que tem estado em crescente afirmação no espaço europeu”, indicou o presidente da Câmara Municipal do Porto, que ocupa as funções de vice-presidente do Conselho Superior dos ‘dragões’.
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