“Eles estavam à procura de algo para me prejudicar. Os vários órgãos internos da FIFA foram manipulados por pessoas que 'mexiam os cordelinhos'. Vivi sempre na esperança de que iriam dizer a verdade. Mas isso nunca aconteceu”, lamentou, em entrevista ao jornal Le Monde.
Nas primeiras declarações públicas após ter sido suspenso de funções em maio de 2016, na sequência do escândalo do pagamento de 1,8 milhões de euros em 2011 por suposto trabalho, sem um contrato escrito, de consultadoria pedido por Joseph Blatter (ex-presidente da FIFA) realizado pelo francês em 2002, Platini garantiu que os principais responsáveis do organismo que gere o futebol mundial quiseram causar-lhe “dano”.
Platini respondia a uma questão do jornal gaulês, segundo o qual teria sido o diretor jurídico da FIFA, Marco Villiger, a informar o Ministério Público sobre o pagamento de 2011, que também levou ao castigo e afastamento do então presidente Joseph Blatter.
“São os administradores que dão dinheiro às federações nacionais. Isso dá-lhes um grande poder. São eles os patrões da FIFA”, considerou.
Questionado sobre a opinião que tem sobre Blatter, foi contundente: “É o maior egoísta que já vi na vida. Sempre disse que eu seria o seu último escalpe.”
“Ele pensou que iria envelhecer, morrer e ser enterrado na FIFA. Era esse o seu desejo”, contou o antigo capitão da seleção francesa e ex-presidente da UEFA.
Platini admite estar “fascinado” com o “maquiavelismo” do suíço: “Não é qualquer um que me fascina. Nem sempre devemos acreditar no que ele diz. Dirá sempre o que tu queres ouvir. É um animal político excecional."
O francês de 61 anos foi suspenso por oito anos, em primeira instância, mas viu a sentença reduzida a seis anos após apelo aos órgãos internos da FIFA e posteriormente a quatro anos pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), a mais alta instância jurídica do desporto mundial.
Desde o veredito do TAS, conhecido em 09 de maio de 2016, Platini anunciou a sua intenção de “continuar a lutar nos tribunais suíços”.
"Isto ainda não acabou", disse ao Le Monde.
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