“Num momento em que é fundamental desenvolver as relações entre a Europa e África é, obviamente, uma boa ideia podermos ter um evento com a carga simbólica como é o mundial”, organizada nos dois continentes, disse o primeiro-ministro português, António Costa, na conferência de imprensa final da Cimeira bilateral entre os dois países ibéricos.
Tendo ao lado o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, o primeiro-ministro sublinhou a necessidade de ser feito “um longo trabalho de casa” por parte das federações de futebol dos três países para verificar a oportunidade da organização do Mundial.
“É uma ideia […] que as nossas federações irão trabalhar e avaliar se têm ou não condições para avançar com uma ideia boa que merece ser conduzida com sucesso”, acrescentou António Costa.
Pedro Sánchez já tinha avançado com a proposta desta candidatura conjunta na semana passada aquando de uma visita que fez a Marrocos.
“Parece-me que é uma mensagem que damos ao mundo, que damos a África e que damos à Europa de fraternidade, de amizade, de cooperação com uma envergadura e com um impacto tremendo…”, disse hoje o chefe do Governo espanhol.
A última grande competição internacional de futebol organizada pela Espanha foi o Mundial de 1982, enquanto Portugal teve a seu cargo o Europeu de 2004.
Marrocos candidatou-se ao Mundial de 2026, cuja organização foi atribuída a Canadá, Estados Unidos e México, e na sua proposta destacava o facto de o país estar no cruzamento do oriente com o ocidente e onde a Europa se encontra com África.
Uma eventual candidatura dos países ibéricos com Marrocos iria juntar-se à proposta conjunta apresentada por Argentina, Paraguai e Uruguai em julho de 2017.
A Coreia do Sul deu eco da vontade se aliar a Coreia do Norte, Japão e China, enquanto o Reino Unido e a Irlanda também já manifestaram vontade de avançar, apadrinhados pelo presidente da UEFA, Alexander Ceferin. Marrocos também já tinha colocado a hipótese de se juntar a Argélia e Tunísia.
O único Mundial de futebol organizado por mais de um país foi o de 2002, na Coreia do Sul e no Japão, e o segundo será o de 2026, mas em nenhum dos casos envolveu nações de duas confederações.
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