A seleção portuguesa de futebol venceu hoje o Qatar por 3-0, num particular que foi um ‘festival’ de golos falhados pela equipa lusa, que terá ‘reservado’ a eficácia para o embate a ‘doer’ com o Luxemburgo.

Com mais 180 jogos por Portugal do que os estreantes Diogo Costa, Matheus Nunes e Rafael Leão, Cristiano Ronaldo não só se tornou o jogador europeu com mais internacionalizações (181), como assinalou a ocasião com o 112.º golo e inaugurando o marcador, aos 37 minutos.

A dois meses de completar 38 anos, o experiente José Fonte marcou, aos 48 minutos, o primeiro golo pela seleção ao fim de 47 internacionalizações, antes de André Silva fechar o marcador, aos 90, na sequência de um cruzamento de Rafael Leão.

Finalizado o particular com os anfitriões do próximo Campeonato do Mundo, Portugal aponta agora a ‘mira’ ao Luxemburgo, esse, sim, um encontro de importância extrema, na corrida ao Mundial2022, na próxima terça-feira, novamente no Estádio Algarve.

Embora Fernando Santos tenha assegurado que “não há jogos amigáveis”, mas sim particulares, Portugal foi claramente benevolente para com os qataris, tantas foram as ocasiões desperdiçadas pela seleção nacional, algumas até facilitadas pelo adversário.

André Silva foi o mais perdulário na primeira parte, com duas situações na ‘cara’ do guarda-redes Alsheeb, que também travou as intenções de Gonçalo Guedes e ainda viu Diogo Dalot quase recolher ‘frutos’ de dois pontapés que saíram ao lado.

Em noite de mais um recorde, Cristiano Ronaldo começou com um cabeceamento sem perigo, teve uma finalização nada consonante com o ‘instinto matador’ que lhe é reconhecido e parecia mais certeiro a colocar companheiros em boas posições do que a descobrir ele próprio o caminho para o golo.

Contudo, o 112.º tento com a camisola lusa chegaria mesmo, desta vez com Alrawi a retribuir a ‘simpática’ ineficácia lusa com um pontapé na ‘atmosfera’ e a falhar um corte que permitiu ao avançado do Manchester United voltar a deixar marca de ‘quinas’ ao peito.

A saída de Ronaldo ao intervalo proporcionou mais uma estreia no Algarve, desta vez de Rafael Leão, que, já em campo, teve visão privilegiada para outro momento assinalável, quando José Fonte assinou o primeiro tento por Portugal, sete anos após a estreia.

Com o passar dos minutos, Fernando Santos foi oferecendo minutos de jogo a alguns jogadores que deverão surgir no ‘onze’ diante do Luxemburgo, como são os casos de Palhinha, Bernardo Silva, Bruno Fernandes ou João Moutinho.

Por seu lado, André Silva ia denotando estar claramente em ‘dia não’ e desperdiçava o que Diogo Dalot, primeiro, e Rafael Leão, depois, construíram na ala esquerda, perante um adversário que só incomodou Diogo Costa na primeira parte e num lance que precedido de fora de jogo.

Já o avançado do AC Milan, procurou mostrar a irreverência e o poder físico que lhe são característicos, e quase consumou a estreia da melhor forma, em duas situações. Se na primeira, o remate que parecia destinado ao golo esbarrou no ‘ferro’, na segunda, o tento inevitável acabou por não o ser de forma caricata.

Embora não tenha marcado, Leão confirmou a Fernando Santos que é mais uma opção muito válida para o ataque da seleção nacional e, antes que o apito final soasse, ainda ‘desenhou’ o cruzamento que permitiu a André Silva cabecear com sucesso e fixar o resultado. Golo 19, em 46 jogos.