Poder-se-á dizer que é a equipa sensação, após a paragem forçada, mas desde há muito que já vimos mencionando o trabalho sustentado do Manchester United de há uns anos a esta parte. A adição de alguns jogadores - em troca de muito dinheiro, diga-se - está a acelerar um processo que, por muito que seja essencial para o sucesso futebolístico-financeiro de uma equipa, precisa desse mesmo empurrão, falamos da formação.
Com a notícia recente da recusa em renovar contrato por parte do jovem Angel Gomes, o United sai ferido, mas nada de que não consiga recuperar. Nem todos os jovens que surgem da academia acabam na equipa principal, contudo as razões para isso são normalmente a falta de vontade do clube; mais do que por vontade do próprio jogador. Sem se saber ao certo a razão da ruptura entre o jovem de apenas 19 anos, que passou 14 anos da sua vida na academia dos Red Devils, desconfia-se que os órgãos de gestão da carreira do jogador e o próprio atleta, tenham percebido que a oportunidade que tanto querem, a de conquistar um lugar na equipa principal, não viria de forma imediata.
As duas certezas no meio deste processo são as de que Angel Gomes rejeitou um contrato de vinte e cinco mil libras semanais para poder agora decidir livremente o seu futuro com qualquer outro clube, PSG e Chelsea parecem ser os candidatos principais à aquisição do talentoso médio inglês. Enquanto que o segundo facto conhecido é de que, apesar da extraordinária vontade e capacidade por parte de Ole Gunnar Solskjær em apostar nos jovens da equipa, o meio campo do United nunca teve em tão boa forma como está agora e isso terá pesado na decisão do jovem internacional pelas camadas jovens.
Além de Gomes, a produção e utilização de jovens talentos por parte do Manchester United tem sido ímpar. Defendendo aqui por mais que uma vez que a estratégia de contratar um treinador com conhecimento da casa mas que, acima de tudo, não trouxesse com ele a pressão adicional de ter que ganhar a todo o custo no imediato, como aconteceu com o caso dos seus antecessores na era pós-Sir Alex Ferguson, foi em todos os aspetos acertada. Resta agora ao United dar tempo necessário ao técnico norueguês - três a quatro anos desde a sua contratação - para que todas as peças se encaixem. Aí então uma revisão de objetivos terá que ser acordada entre a direção e treinador e novos patamares de exigência poderão ser definidos. Até lá, o estabelecimento de jogadores como Mason Greenwood, Brandon Williams, James Garner, Scott McTominay, Daniel James, Alex Tuanzebe e inclusivamente Jesse Lingard e Marcus Rashford, que apesar de terem já conquistado uma posição muito importante no plantel ainda têm toda a carreira pela frente, entre muitos outros jovens que aos poucos terão a sua oportunidade.
Um contra neste processo de crescimento e desenvolvimento, são as rivalidades. Neste caso com os azuis de Manchester, onde Pep Guardiola, apercebendo-se do excelente trabalho feito pelos Red Devils, já veio dizer que o United, na época que se segue, é candidato ao título. O que mostra que Guardiola não dorme em serviço e quer colocar a máxima pressão num conjunto que não está preparado, ainda, para tal caminhada, aniquilando assim um potencial problema no futuro.
O trio que veio dar outra vida a este United
A juntar à formação, o United tem agora um meio-campo que há muito necessitava de mais energia e compostura, tendo a partir de agora os jovens da academia uma plataforma mais firme onde colocar os pés. Falo de Nemanja Matić, Paul Pogba e é claro, Bruno Fernandes. A relação movimentacional dos três atletas nas últimas partidas tem sido, no mínimo, fantástica. Sem grande pressão, passo a passo e com uma energia positiva que é notória em todos os elementos da equipa, os três jogadores estão a servir de suporte quer à linha defensiva quer à linha ofensiva.
Há muito que é visível em diversas equipas mundiais a importância não só do médio defensivo como da dupla ou do trio de centro campistas no futebol moderno. Mais uma vez se prova, agora com o United a fazer uma demonstração de força através dos elementos da sua linha média. A entrada de Bruno Fernandes tem permitido a Pogba uma distribuição de jogo de distância mais profunda, mais atrás no terreno, e as incursões do médio francês têm sido não só compensadas com o posicionamento de Matić como com o equilíbrio dado por Bruno Fernandes que com a sua capacidade de ler o jogo se consegue posicionar numa linha horizontal do terreno diferente da do seu companheiro de criação de jogo.
Esta semana na Premier League
Ficou-se a saber que a FIFA tomou a decisão de retirar das mãos da Premier League o poder de decisão sobre o VAR na competição. Isto porque segundo o organismo que tutela o futebol a nível mundial existe alguma confusão na liga inglesa à volta do número de câmeras a serem usadas na verificação dos lances do vídeo-árbitro. A Premier League limitou a utilização de alguns ângulos, de forma a tornar o processo menos moroso, o que vai contra as diretrizes da FIFA. A somar a isso, as regras em volta da ‘mão-na-bola’, ‘fora-de-jogo’ e ‘movimentação do guarda-redes na linha de golo durante a marcação de uma grande penalidade’, foram também levadas em conta na decisão da FIFA em tomar conta do VAR.
No que toca a jogo jogado, o destaque desta semana vai inteirinho para a luta pelo terceiro e quarto lugar, em particular para o desafio entre Sheffield Utd vs Chelsea. Depois de vitória suada frente ao Crystal Palace, conseguirá a equipa de Frank Lampard tornar o difícil em fácil e levar de vencida a equipa sensação da prova?
Sábado, 11 julho
Norwich vs West Ham | 12h30
Watford vs Newcastle | 12h30
Liverpool vs Burnley | 15h
Sheffield Utd vs Chelsea | 17h30
Brighton v Man City | 20h
Domingo, 12 julho
Wolves vs Everton | 12h
Aston Villa vs Crystal Palace | 14h
Spurs vs Arsenal | 16h30
AFC Bournemouth vs Leicester City | 19h
Segunda-feira, 13 julho
Man Utd vs Southampton | 20h
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