Arsenal

Mais do que se reforçar, o Arsenal tem o dever principal de não enfraquecer. Isto porque os contratos de Mesut Özil e Alexis Sanchez estão a chegar ao fim e a partir de janeiro ambos poderão assinar por qualquer clube sem que os gunners recebam qualquer quantia por isso, ainda que só possam mudar de clube no final da temporada, em maio de 2018.

Sanchez e Özil vão sair, não existem grandes dúvidas quanto a isso. A assinar um novo contrato com o Arsenal, já o teriam feito e, em ambos os casos, assinar a custo zero por um novo clube faz com que a margem de manobra para o salário dos jogadores, por parte do novo clube, seja enorme, já que não existirão gastos com a transferência do jogador. Espera-se então que, quem pretenda com os jogadores, lhes ofereça um salário ainda superior ao esperado ou um prémio de assinatura de valores elevadíssimos. De ambos, Sanchez parece ser o que já não tem a cabeça nos gunners. Os comentários não têm sido positivos, assim como as exibições do chileno. Quanto ao alemão, a única forma de ficar seria por não ter uma proposta de um clube de primeira linha, o que será difícil de imaginar. Quanto à forma como se tem apresentado em campo, ao contrário de Sanchez, tem de facto jogado perto do seu melhor nível e como tal poderá não estar tão insatisfeito quanto poderíamos assumir. Por outro lado a seleção chilena não se qualificou para o Mundial Rússia 2017 e a Alemanha sim. O que faz com que a necessidade de jogar muito, e bem, esteja mais do lado do médio centro do que do extremo. Isso poderá então justificar as boas exibições de Özil.

créditos: GERRY PENNY/EPA

A confirmar-se a saída, e a partir daqui será apenas especulação, ambos poderão rumar a Manchester. Mesut Özil para os vermelhos de Manchester, já que a relação entre Mourinho e Henrikh Mkhitaryan não parece estar a 100%, e Alexis Sanchez para os azuis, pelas razões explicadas abaixo. De todas as maneiras e para um clube que se orgulha de encarar o futebol como um negócio, deixar ambos os jogadores chegarem ao final do seu contrato significa perder dois ativos de valor, aproximadamente de cento e cinquenta milhões de libras (cerca de 169 milhões de euros), o que não faz qualquer sentido do ponto de vista de negócio.

Manchester City

O que precisa uma equipa que não precisa de nada? Essa é a questão. Olhando para os objetivos do Manchester City vemos que a Liga dos Campeões, se não o era, passou a ser um objetivo claro do clube. Com o excelente desempenho no campeonato, a margem larga para o segundo classificado dar-lhes-á espaço de manobra para rodar jogadores e apresentarem-se na melhor forma nos jogos europeus. Ainda assim, poderá ser curto. Não são todos os jogadores que têm perfil para jogar jogos com o grau de dificuldade esperado a partir dos quartos-de-final da Liga dos Campeões e, a meu ver, há duas posições na qual os citizens poderiam melhorar caso se reforcem apropriadamente: o centro da defesa e a ala.

créditos: EPA/PETER POWELL

Para defesa central, Virgil van Dijk. Apesar de os rumores já apontarem para aí, é a meu ver a melhor opção em Inglaterra, como já tive oportunidade de o dizer. O central holandês do Southampton, que protagonizou uma das mais faladas ‘novelas’ do mercado de verão, na altura com o interesse do Liverpool, é na minha opinião o jogador que poderia servir da melhor maneira a equipa de Guardiola. Por muito boa vontade que John Stones tenha, falta-lhe, em diversas ocasiões, a ‘tarimba’ dos grandes encontros e apesar de estar a fazer uma campanha sólida é, a meu ver, o elo mais fraco da equipa.

Mais à frente no terreno, Raheem Sterling tem provado que a sua transferência não foi um acaso e que pode ajudar a equipa a ganhar seja que jogo for. Ainda assim, e apenas numa perspetiva de tornar a equipa do norte de Inglaterra ainda melhor, e visto haver essa oportunidade, Alexis Sanchez tornaria a equipa num verdadeiro pesadelo, se já não o é, para qualquer adversário. Esperam-se adversários como Real Madrid, Barcelona, Juventus, Bayern de Munique, e se há jogador habituado a render em jogos de tal calibre é Alexis Sánchez. Neste caso o chileno abandonaria de imediato o Arsenal, caso contrário ao que falei mais acima. Desta feita o Arsenal poderia rentabilizar de alguma forma a saída do jogador. Uma nota para o facto de alguns órgãos de comunicação social associarem Wilfried Zaha, antigo extremo do Manchester United e atualmente ao serviço do Crystal Palace, como uma possível alternativa para o City.

De referir que Sanchez será um ‘joker’ neste, ou no próximo, mercado de transferências, uma vez que quem o conseguir contratar terá uma alteração qualitativa de relevo no seu plantel. Seja o Manchester City, seja qualquer outro clube.

Manchester United

Quão importante é Paul Pogba para o Manchester United? Essa é a primeira questão que se coloca, uma vez que este será como que um reforço de Natal, após a penalização de três jogos a que foi sujeito. A título de curiosidade, este sábado faz precisamente catorze meses desde que Pogba perdeu o seu último jogo ao serviço do Manchester United. Desde a derrota frente ao Chelsea por 4-0 há um ano e dois meses a esta parte, o francês foi titular por quarenta e uma ocasiões. Desses 41 jogos com o médio a jogar de início o United ganhou 27 e empatou 14. Sem conceder nenhuma derrota, o que já não acontece se Pogba não jogar. Sem ele o United fez 18 partidas, das quais venceu 7, empatou 6 e perdeu 5.

Como é que esta informação poderá ser interessante para o Natal e para a forma como Mourinho se poderá reforçar em janeiro? Por um simples motivo: o plantel do Manchester United, como já tive oportunidade de o dizer, é curto, e como tal, mesmo contando com Pogba, poderá não ser suficiente para segurar o segundo lugar e, quem sabe, fazer uma prestação acima das expectativas na Liga dos Campeões. No início da época, não só com Pogba mas também com Henrikh Mkhitaryan, o United parecia estar a carburar como há muito não se via, mas parece ter sido enganador. Não só porque não há quem consiga substituir os jogadores de referência, como o suporte aos mesmos, não está, na minha opinião a ser o mais correto.

Com Nemanja Matić praticamente sozinho no meio-campo torna-se complicado. Um pouco à semelhança do Tottenham, como poderemos ver já de seguida, falta ao United um homem com uma capacidade todo-o-terreno muito acima da média. Será muito difícil a José Mourinho e companhia rivalizar com o City, e mesmo nos anos vindouros com o Chelsea e Tottenham, se não reforçar o seu estilo de jogo com um homem mais possante, que venha adicionar mais músculo e capacidade aeróbia no coração do meio campo. Recorde-se que com dois estilos de futebol diferentes, em duas equipas diferentes, N'Golo Kanté conseguiu ser o pêndulo necessário ao êxito.

Fala-se muito de Gareth Bale e Mesut Özil mas, a meu ver, não deveria ser essa a prioridade dos red devils para o mercado de inverno. Um reforço para o coração do meio campo poderia dar a estabilidade necessária para a equipa poder ‘encostar os adversários às cordas’ e tirar assim mais rendimento do seu estilo de jogo e dos jogadores mais ofensivos, como Pogba, Rashford e companhia.

Resumindo e fazendo uma comparação com a filosofia de jogo e com o processo de gestão do plantel por parte do City, Guardiola acabou por dispensar um trinco que, apesar de ser um excelente jogador e ter valências necessárias a qualquer equipa, estava ‘tapado’ por um jogador mais completo. Com a filosofia de posse de bola, o treinador catalão optou, e bem, por um jogador tecnicamente mais evoluído. Os jogadores em questão são Fernando e Fernandinho. Dando um salto para o outro lado da cidade de Manchester, Fernando seria, a meu ver, o jogador ou o ‘tipo’ de jogador que podia otimizar o jogo da equipa de Mourinho, uma vez que encaixa na perfeição no seu estilo de jogo. Com Mkhitaryan ou Mata, Matić, Pogba, Fernando podia ser o homem que dava o apoio necessário para pressionar após ataques mal sucedidos e correspondentes perdas de bola. Mais do que um médio criativo ou um extremo, os red devils deviam focar-se nesta lacuna do plantel.

Para podermos ter um termo de comparação recente, voltemos à estatística apresentada num nosso artigo escrito há alguns meses onde apresentei os resultados ‘com’ e ‘sem’ Victor Wanyama. Tanto Southampton como Tottenham têm resultados muito diferentes ‘com’ ou ‘sem’ o queniano. Olhando para esta informação pode perceber-se não só a utilidade e importância dum jogador forte e de qualidade na posição de trinco, como também a prestação menos boa do Tottenham esta temporada. Recorde-se que Wanyama fez apenas dois jogos pela equipa londrina esta temporada, lesionando-se num joelho na preparação para o encontro da terceira jornada frente ao Burnley. O que poderá explicar em grande parte a época não tão boa que o Tottenham tem efetuado. O regresso aos relvados estava previsto para antes do término do ano civil, mas tal não acontecerá. Ficamos atentos à recuperação do médio defensivo que poderá dar uma nova força e motivação à equipa de Mauricio Pochettino.

créditos: MadreMedia
créditos: MadreMedia

Este fim de semana na Premier League…

É marcado pelo facto de pela primeira vez na história da Premier League se vir a realizar um jogo num sábado à noite, com o Manchester United a visitar o Leicester City dia 23 pelas 19h45. Outro dos destaques vai para o despedimento de Paul Clement do Swansea City, será que Renato Sanches voltará a ganhar a confiança e a titularidade na equipa do País de Gales? E por fim, mas já a meio da semana teremos o tradicional boxing day. Mais uma vez todos os encontros têm em conta o facto das equipas que jogam fora não poderem percorrer uma distância muito grande. Se quiser conhecer um pouco mais da história do Boxing Day poderá fazê-lo aqui. A não perder na terça feira, dia 26 de Dezembro, mais um dia cheio de futebol inglês para nosso deleito.