Em declarações aos jornalistas à margem da inauguração de um gabinete de psico-oncologia, Domingos Bragança disse que não está a relativizar o que aconteceu no domingo no estádio D. Afonso Henriques e vincou que condena “qualquer tipo de atitude de racismo”, seja em Guimarães ou em qualquer outra parte do mundo.
“Quem conhece Guimarães, sabe que é assim: em Guimarães não há racismo, Guimarães é uma cidade inclusiva, multicultural e multirracial. Os episódios que aconteceram não expressam o que é Guimarães, nem os vimaranenses, nem os vitorianos”, referiu.
No domingo, o avançado Marega pediu para ser substituído, ao minuto 71 do jogo da 21.ª jornada da I Liga, entre o FC Porto e o Vitória de Guimarães, por ter ouvido cânticos e gritos racistas de adeptos da formação vimaranense.
Jogadores do FC Porto e também do Vitória de Guimarães tentaram demovê-lo, mas o maliano mostrou-se irredutível na sua decisão de abandonar o jogo.
Para o presidente da Câmara de Guimarães, o que aconteceu tem de ser visto como um “epifenómeno desportivo”.
“Não estou a relativizar nada”, frisou o autarca socialista, defendendo que a direção do Vitória e as entidades oficiais do desporto e da justiça devem apurar “com justiça” o que se passou.
Reiterou que Guimarães é uma cidade "contemporânea, aberta ao mundo” e que os vimaranenses “são pela universalidade e pela aceitação de todos, independentemente da sua condição, seja ela qual for”.
Formulou votos de que o desporto “seja uma festa permanente” e que o Vitória seja “cada vez maior”, nomeadamente em adeptos e no seu apoio.
Mas, disse ainda, um apoio “dirigido para os valores universais”.
A PSP já identificou várias pessoas suspeitas de dirigirem cânticos e insultos racistas ao futebolista Moussa Marega, disse hoje à Lusa fonte daquela polícia.
A mesma fonte, que não adiantou o número de suspeitos identificados até ao momento, adiantou que a PSP continua as diligências para recolher informações e identificar outros envolvidos nos cânticos racistas.
Segundo a Polícia, a PSP está utilizar todos meios legais ao dispor, como videovigilância e testemunha, para identificar os envolvidos.
A fonte da Polícia de Segurança Pública disse ainda que toda a informação recolhidas é enviada para o Ministério Público (MP) de Guimarães, no âmbito do processo crime, e para a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, que instaurou um processo contraordenacional.
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