Aleksander Ceferin, Presidente da UEFA, garantiu esta manhã que enquanto estiver no cargo não haverá Superliga Europeia de clubes. "Comigo, nunca", assegurou durante o discurso de abertura do Football Talks, que decorre até esta sexta-feira no Centro de Congressos do Estoril.
Reconhecendo que o “gap entre o topo e o fundo existirá sempre”, sobre as competições de clubes em solo europeu, destacou a importância de se manter o equilíbrio, de forma a que uns clubes (os mais fortes), não esmaguem os outros. "Se estivermos demasiado focados no nosso produto de elite, vamos desleixar o fundo da pirâmide e acabaremos por ser derrotados", atirou Ceferin.
No seu discurso de abertura, o homem que lidera a UEFA desde setembro passado, recordou que o futebol europeu está debaixo de várias ameaças, dando os exemplos de “match fixing, a corrupção e o doping”. Para as combater, colocou, desde o inicio do seu mandato, medidas de “governance” e ética no topo da agenda procurando ter uma “melhor e mais transparente organização”.
O esloveno que lidera a máxima estrutura do futebol europeu faz referência ao futebol como sendo um desporto “cada vez mais global”, “tecnológico” e aberto a novos mercados “como a China ou índia”.
"Não podemos ter medo de ser os condutores da mudança. Temos oportunidade de o fazer. Não vamos deixar de o fazer porque queremos poupar dinheiro e temos medo de mudanças", disse.
“Devemos pensar e respirar o futebol sem condicionalismos políticos”, defendeu Aleksander Ceferin. E “tal como Eusébio disse, a minha única política é uma bola de futebol. Vamos seguir o seu exemplo brilhante", finalizou.
Em setembro de 2016, a UEFA quis abanar com a política interna da estrutura, e num sinal de rotura com o passado recente, ‘manchado’ pela suspensão de Michel Platini, nomeou o dirigente esloveno em detrimento daquele que à altura surgia como favorito a ocupar o cargo, o presidente da Federação Holandesa de Futebol e também Vice-Presidente da UEFA, Michael van Praag.
Natural de Grosuplje, a 20 quilómetros de Ljubljana, tem 49 anos, é advogado de profissão e chegou ao cargo por ser considerado a pessoa indicada para conciliar os interesses entre os grandes e pequenos clubes e federações.
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