As finais são para se ganhar. O mantra cola-se na vontade portuguesa quando se caminha a passos largos para a final do Rugby Europe Championship (REC 2024) diante a Geórgia.

“Sem sermos favoritos, vamos lutar pela vitória. Sabemos que é um jogo muito complicado, mas vamos entrar em campo para ganhar”, garantiu João Mirra, técnico da seleção nacional de râguebi.

Os lobos defrontam a seleção georgiana, em Paris, no estádio Jean Bouin, em Paris (20h00, hora Portugal Continental), na final da competição europeia, outrora conhecido como Seis Nações “B”, 12 meses depois dos lelos terem conquistado frente a Portugal, na final de Badajoz (38-11), o 15.º título, em 21 edições (11 dos últimos 12 troféus) na estreia do novo formato do torneio europeu de râguebi, divido em dois grupos, meias-finais e finais.

Embora reconheça o “domínio da Geórgia nesta competição”, Mirra não antecipa favoritos e promete um “Portugal competitivo”, diante a besta negra dos lobos.

Um título que escapa há 20 anos, uma vitória que não acontece há 19

A seleção nacional não vence a formação da Europa do Leste desde fevereiro de 2005 (18-14, em Lisboa), partida a contar para o apuramento para o Mundial de 2007, quarto triunfo do histórico (1997, 2003 e 2004) entre as duas seleções.

Os georgianos venceram 15 dos últimos 18 embates. 13.º do ranking mundial permanecem imbatíveis no “europeu” há sete anos e nos últimos 32 jogos do antigo Seis Nações “B”. Portugal, 15.º do ranking, conquistou um só título europeu, em 2003-2024.

Apesar da crueldade dos números, nos anos mais recentes, a tendência ameaça tornar-se menos pesada e está bem expressa nos dois empates (4 no total) e duas derrotas nos últimos 4 jogos entre os dois velhos conhecidos do râguebi europeu.

A penúltima divisão de pontos (25-25) aconteceu em 6 de fevereiro de 2022, em Tbilisi, no torneio europeu de apuramento para o Mundial França 2023 e o segundo empate (18-18) ocorreu há seis meses, em solo francês, no primeiro encontro na história entre lobos e lelos num campeonato do mundo, França 2023.

Dados que estão bem vivos na memória do técnico português que integra uma estrutura liderada por um tridente de consultores da World Rugby, trio encabeçado por Daniel Hourcade, ex-selecionador da Argentina.

Entre os mundialistas e o sangue novo

Os dois finalistas do europeu, Portugal e Geórgia, mergulharam num processo de renovação no pós-mundial França 2023, um caminho natural assumido pelos responsáveis portugueses.

“Estamos num novo ciclo após o mundial e a Geórgia também”, começou por dizer Tomás Appleton, capitão de Portugal, ao podcast da Rugby Europe, Stars and Scrums.

Renovação à parte, antecipa o que pode acontecer esta noite na capital francesa. “Será o desafio tremendo, um jogo duro, mas estamos confiantes, não somos tímidos e gostamos de mostrar ao mundo o jogo (de ataque) que gostamos mais de jogar”, acrescentou.

Na convocatória, 13 jogadores que estiveram no campeonato do mundo de França permanecem no coração dos lobos na prova europeia. A este núcleo duro juntam-se os estreantes que atuam no campeonato português (Pedro Vicente, Manuel Worm e Vasco Batista) e caras novas vindas da lusodescendência, com destaque para os médios Hugo Camacho, no XV inicial e Hugo Aubry (melhor marcador do torneio, 58 pontos), na lista dos 23 selecionados.

O caminho de lobos lelos até à final

Na fase de grupos (Grupo B), Portugal estreou-se com uma derrota frente à seleção belga (10-6), venceu a Polónia (54-7), em Lisboa, e somou novo triunfo frente à Roménia (49-24), em Bucareste.

Qualificou-se para a final ao superar a Espanha, nas meias-finais, por 33-30.

Discute o título do Rugby Europe Championship, considerado o campeonato europeu (Seis Nações é um torneio privado), com a Geórgia

Os georgianos venceram (28-17) a Alemanha, em Tbilisi, alcançaram novo triunfo (31-10), fora, frente aos Países Baixos, e receberem e venceram categoricamente (38-3) a Espanha, no último jogo da fase de Grupos (A). Na meia-final, novo triunfo esmagador (43-5) diante a Roménia.

Os jogos das finais do REC24, Estádio Jean Bouin, em Paris

7.º e 8.º lugar (10h00)

Polónia-Bélgica

5.º e 6.º lugar (13h45)

Países Baixos – Alemanha

3.º e 4.º lugar (17h15)

Roménia-Espanha

1.º e 2.º lugar (20h00 transmissão Rubgy Europe TV e Sport TV)

Geórgia-Portugal