"Foi um ano positivo do ponto de vista económico-financeiro. Tivemos lucro pelo quinto ano consecutivo, o segundo melhor resultado da nossa história, com mais de 20 milhões de euros (ME) e ultrapassámos os 200 ME em receitas. Temos uma tendência positiva, também do ponto de vista do passivo e da redução dos capitais próprios. Estamos francamente satisfeitos com o resultado", disse, após a apresentação do último relatório e contas da SAD benfiquista.
Apesar de ter sido o terceiro melhor ano em receitas (205 ME), a SAD do Benfica viu as mesmas descerem cerca de 50 ME em relação ao exercício anterior (2016/17), algo que Domingos Soares de Oliveira justifica com o "fraco rendimento europeu" do Benfica na Liga dos Campeões da temporada passada, na qual averbou seis derrotas no mesmo número de jogos.
No entanto, o menor número de vendas de futebolistas do plantel principal também contribuiu para a redução de receitas, o que, ainda assim, obedece à estratégia delineada pela SAD para os próximos anos, ou seja, manter os "principais jogadores, as principais mais-valias" da equipa.
"Este foi claramente o primeiro ano em que pudemos ter uma estratégia mais conservadora. Entendemos que era preciso reforçar o plantel, o que não vem apenas por via das aquisições, mas também pela manutenção dos principais ativos. Essa estratégia não nos impediu de termos resultados muito interessantes e continuará a ser seguida", referiu.
No que diz respeito ao passivo, foi reduzido em 40,1 ME (9,1%), situando-se nos 398,3 ME, o mesmo acontecendo com o ativo, que é agora de 485,1 ME, após sofrer uma redução de 4,1%. Já a dívida bancária foi reduzida em 110,3 ME, mais 22,4 ME do que em 2016/17 (88,9 ME).
Domingos Soares de Oliveira foi questionado sobre as consequências da eliminação do Benfica da Liga dos Campeões e consequente passagem para a Liga Europa, tendo o administrador executivo afirmado que os elevados valores oferecidos pela UEFA esta época permitem às 'águias' "crescer em termos de receitas, independentemente do caminho na Liga Europa".
Contudo, Soares de Oliveira lembrou a importância de um bom desempenho europeu, que permita ao Benfica subir alguns lugares no 'ranking' da UEFA: "A recuperação no 'ranking' é importante no acesso a mais receitas no modelo de distribuição da Liga dos Campeões."
O dirigente assumiu que, neste momento, a SAD tem "uma posição muito sólida em termos de tesouraria", pelo que, se for necessário, está em condições de contratar jogadores no mercado de 'inverno'. Já quanto a vendas, existe igualmente uma menor dependência das mesmas.
"Todos os clubes vendem jogadores, seja o Real Madrid, o Manchester City ou o PSG, e nós também o iremos fazer. A grande diferença é que não o faremos por uma necessidade de equilíbrio de contas, mas por uma questão de oportunidade ou de um menor interesse que possamos ter num atleta do Benfica", adiantou.
Por outro lado, Soares de Oliveira congratulou-se pelo "relativo sucesso" do recente empréstimo obrigacionista do Sporting, considerando tratar-se de "uma boa notícia para todos", numa altura em que "já se percebeu que existem diretrizes para que os bancos trabalhem menos ou não trabalhem de todo com a atividade do futebol".
"O sucesso do empréstimo obrigacionista do Sporting foi para todos uma boa notícia, porque a última coisa que queremos é que os investidores se assustem com o tipo de produto que tem sido proposto pelas SADs. Apesar da nossa rivalidade, é uma boa notícia para todos", transmitiu.
O administrador da SAD benfiquista assegurou ainda que os processos jurídicos em que o Benfica está envolvido não têm afetado as relações com os patrocinadores, antes de revelar que há "propostas em fase de discussão" para o 'naming' do Estádio da Luz, todas de empresas estrangeiras.
"Não abandonámos a ideia do 'naming'. Tenho a certeza de que vamos concretizar esse 'naming' e, espero, dentro de muito pouco tempo", concluiu.
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