O FC Porto sustenta que este resultado, apesar de negativo, segue a tendência que a sociedade se comprometeu a seguir e respeita o compromisso assumido com a UEFA no caminho para o equilíbrio nas suas contas de exploração (‘fair play’ financeiro).
Para efeitos de cumprimento do ‘fair play’ financeiro acordado com a UEFA neste segundo ano, o FC Porto estava obrigado a não ultrapassar os 20 ME de prejuízo, o que viria a acontecer (17 ME), dado que algumas parcelas não são calculadas para esse efeito.
É o caso dos custos com a formação, amortizações (exceto passes de jogadores) e imposto sobre o rendimento, tidos como “despesas boas” (de cerca de 11,3 ME) e que não entram para efeitos de cálculo de ‘fair-play’ financeiro.
Os proveitos operacionais, excluindo passes de jogadores, cresceram 6,7 ME, para 105,7 ME (um aumento de 7% face ao ano anterior), apesar de os custos operacionais terem também crescido 11,8 ME.
O diretor-geral e administrador da SAD para a área financeira, Fernando Gomes, justificou o aumento com o acréscimo nos custos com pessoal, “na sequência do pagamento de prémios atribuídos ao plantel e equipa técnica pela conquista do campeonato nacional [cerca de seis ME]”.
O ‘cash-flow’ operacional totalizou os 27,9 ME, um aumento de 22%.
Na rubrica relacionada com os passes de jogadores, o FC Porto SAD registou um saldo líquido de 14,5 ME, o que representa um acréscimo de mais de 10 ME face ao período homólogo.
No total, e num ano em que vendeu jogadores como Diogo Dalot, Ricardo Pereira, Bruno Martins Indi e Willy Boly, os ‘dragões’ obtiveram 50,02 ME com a transação de passes, mais 21% do que no exercício anterior.
Apesar destes números, o capital próprio consolidado da SAD permaneceu negativo em 30 de junho, no valor de 38,1 ME, algo que Fernando Gomes considerou mau, mas sem ser preocupante.
O responsável destacou que o capital próprio da FC Porto – Futebol, SAD está subvalorizado, uma vez que os montantes pelos quais o plantel e o direito de utilização da marca FC Porto estão contabilisticamente registados estão claramente abaixo do valor de mercado.
Recorrendo, como termo de comparação, ao sítio alemão na Internet Transfermarkt, Fernando Gomes apontou que o plantel dos ‘dragões’ está hoje avaliado em cerca de 240 ME, contra os 82 ME que aparecem no balanço do clube.
O passivo da SAD cresceu quase 20% para 464,1 ME, fruto, designadamente, de um agravamento dos empréstimos bancários em quase 100 ME. Em 30 de junho de 2018, os empréstimos bancários totalizavam 210,1 ME.
As contas consolidadas da época 2017/18 apontam ainda que todas as receitas subiram, com exceção da parcela referente aos direitos de transmissão, que caiu ligeiramente (passa de 23,9 para 23,7 ME).
Fernando Gomes sustentou que as contas do clube estão “no bom caminho” e irão melhorar já no atual exercício de 2018/19, dado o previsível aumento de receitas da UEFA e a inclusão do acordo estabelecido com a Altice para a cedência dos direitos televisivos.
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