“As sensações são de muita felicidade e aqui respira-se algo para o qual trabalhei em toda a minha vida. Identifico-me totalmente com esta cultura de trabalho. Queremos e estamos convencidos de que vamos construir uma equipa competitiva”, apontou o ex-treinador dos mexicanos do Cruz Azul, ao ser apresentado aos jornalistas no museu do clube, no Porto.
Uma semana depois de ter começado as negociações para a saída de Vítor Bruno, antigo adjunto de Sérgio Conceição e primeira aposta técnica da direção de André Villas-Boas, entregando o comando interino ao diretor da formação ‘azul e branca’, José Tavares, os ‘dragões’ contrataram Martín Anselmi por duas temporadas e meia, até junho de 2027.
“Sei o que significa o FC Porto. Senti que, se não aceitasse este convite, não ficaria bem comigo mesmo. Ilusões? São muito grandes. Acabei de percorrer o museu e temos de pedir ao presidente para construir mais uma vitrina e ver se a podemos encher”, vincou.
O argentino, de 39 anos, assume o FC Porto no terceiro lugar do campeonato, com os mesmos 41 pontos do Benfica, segundo classificado, ambos a seis do líder isolado e campeão nacional Sporting, mas já eliminado da Taça de Portugal e da Taça da Liga.
“O contexto faz um futebolista melhorar ou piorar e, a partir daí, começaremos a entender muito melhor do que são feitos os nossos jogadores. Sabemos que são bons, capazes e queremos dar-lhes todas as ferramentas para que sejam melhores. Da mesma forma, queremos que eles nos tornem melhores treinadores. Fazer desde já um diagnóstico do plantel seria imprudente, porque as sensações vão mudando à medida do treino”, notou.
Com três experiências anteriores como técnico principal no continente americano, Martín Anselmi confia que o FC Porto vai corresponder à essência do seu jogo já na quinta-feira, quando visitar o campeão israelita Maccabi Telavive, em Belgrado, para a oitava e última jornada da fase de liga da Liga Europa, procurando melhorar o 25.º lugar e rumar ao play-off de acesso aos oitavos de final, destinado aos 16 clubes entre o nono e o 24.º lugares.
“Iniciar um processo com a temporada já a meio não é o melhor contexto, mas toca-nos trabalhar e começar a construir uma equipa competitiva. Isto tem de se transmitir desde o primeiro treino e precisa de tempo. A meta primária é ser melhor do que ontem”, reiterou.
Pugnando por um “futebol de vantagens e posicional, muito para lá dos sistemas”, o novo treinador do FC Porto quer ver o plantel comprometido com a sua ideia de jogo e admitiu gostar de trabalhar individualmente com os jogadores, “convidando-os a serem melhores”.
“Creio que um sistema rígido não nos favorece a atacar, mas, para defender, é preciso um sistema, porque há uma ordem. Gostamos de jogar em função do rival, que decide como é que atacamos. Vamos ter de nos transformar constantemente para progredir. O futebol evolui e os adversários adaptam-se, melhoram e são os nossos maiores maestros”, disse.
Ao lado de Anselmi, o presidente do FC Porto, André Villas-Boas, justificou a aposta com base no “perfil emocional e no futebol ofensivo e agressivo” típico das equipas do antigo técnico do Cruz Azul, descrito como o líder de que os ‘dragões’ precisavam, numa altura em que não vencem há cinco jogos nas diversas provas pela primeira vez desde 2016/17.
“É um treinador em ascensão, que levou os clubes por onde passou ao sucesso de forma abrupta. Estamos com esperanças de que, ao chegar à Europa, este sentido arrojado do jogo possa ter impacto e confiamos que vai trazer sucesso ao clube. Com ele, iniciamos a continuação do projeto desportivo do FC Porto. Todos vão ficar bastante entusiasmados com o futebol proposto e estamos seguros de que encherá os adeptos de alma. Estamos muito ansiosos para que comece a construir seu futebol, que encaixa nas linhas do que o FC Porto defende, é virado para o ataque e vai em busca vitórias e troféus”, reconheceu.
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